Deputados batem boca sobre eleição e sessão da Assembleia é suspensa; assista
Parlamentar da oposição disse que base governista "sentiu" a filiação de Ciro Gomes ao PSDB, na véspera
O início dos trabalhos no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), nesta quinta-feira, 23, foi marcado por uma discussão acalorada entre deputados da base e da oposição. Estavam envolvidos De Assis Diniz (PT), governista; e Cláudio Pinho, Lucinildo Frota e Queiroz Filho, da oposição e do PDT. A motivação: divergências e críticas direcionadas a líderes do PT e da oposição relacionadas às eleições de 2026.
A confusão ocorreu durante discurso do deputado Leo Suricate (Psol) na tribuna, que fazia críticas a pré-candidatos a senador pelo Ceará, dentre eles o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), apoiado pelo ex-ministro Ciro Gomes (PSDB); e o deputado Júnior Mano (PSB), apadrinhado de Cid Gomes (PSB).
Em dado momento, iniciou-se um conflito verbal entre parlamentares. De Assis tomou a palavra e falou: "Você não ouviu o que ele disse? Isso é molecagem". Os opositores gritam do outro lado, mas não é possível ouvir, pela transmissão ao vivo, o que foi dito.
O POVO registrou parte da confusão, quando De Assis afirma: "Eu ouvi o que ele disse (...) Da cueca (...) Fale com ele, fale com ele", aponta, sem mencionar qual deputado teria feito a afirmação. Os opositores se aproximaram da mesa diretora para conversar com o petista, no momento em que os ânimos se exaltaram. No fundo, um deputado grita: "Eles sentiram ontem, sentiram Queiroz", em referência à filiação de Ciro Gomes ao PSDB.
A sessão foi suspensa por alguns minutos pela deputada Larissa Gaspar (PT), que presidia os trabalhos no momento da confusão. "A sessão está suspensa até que os deputados controlem as suas emoções", disse a parlamentar
Após o ocorrido, O POVO conversou com parte dos envolvidos. Cláudio Pinho explicou a situação.
"O deputado Leo Suricate vai à tribuna e fala em tom, às vezes, jocoso e agressivo contra Ciro. Eles dizem que o Ciro está morto (politicamente) e eu nunca vi defunto meter medo. Por outro aspecto, ele disse que não votaria no Ciro, nem no Júnior Mano. Houve por parte de dois colegas que estavam ao meu lado, o questionamento se ele votaria no Guimarães", relata.
Pinho continua a explicação: "O deputado De Assis tomou as dores, porque parece que surgiu na conversa um negócio de 'cuecão' (referência depreciativa a José Guimarães, deputado federal aliado de De Assis). De Assis, como secretário, não podia agir gritando com um colega. E para não ver isso, também entrei na defesa desse colega. Não é porque ele é o primeiro secretário que pode agredir outro deputado. Nós somos parlamentares e somos homens. Do jeito que ele gritou de lá, eu gritei de cá. Mas isso está superado", disse.
Sobre o ocorrido, De Assis minimizou e preferiu deixar o assunto no passado. "No Parlamento, temos que ter o respeito aos colegas e para com as pessoas. No momento em que houve falta de respeito, busquei resgatar isso", disse De Assis, sem dar mais detalhes e sinalizando aceitar desculpas de Cláudio Pinho, pedidas na tribuna minutos depois.
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