Israel conclui audiências para deportação de Luizianne e outros 12 brasileiros

Informações sobre voos de deportação com os detidos só devem ser anunciadas quando "houver definição por parte do governo israelense"

15:34 | Out. 05, 2025

Por: Henrique Araújo
A deputada federal Luizianne Lins detina em Israel com mais 12 brasileiros (foto: Reprodução/Instagram)

A Justiça de Israel concluiu neste domingo, 5, uma rodada de audiências com brasileiros mantidos na prisão de Ketziot, no deserto de Negev, depois que embarcações transportando ajuda humanitária para a Faixa de Gaza foram interceptadas. Entre os detidos pelas forças de segurança, está a deputada federal Luizianne Lins (PT).

De acordo com a assessoria da parlamentar, “com essa etapa encerrada, as autoridades israelenses podem iniciar os procedimentos de deportação, embora ainda não haja confirmação oficial sobre prazos ou condições”.

Informações sobre voos de deportação com os detidos só devem ser anunciadas quando “houver definição por parte do governo israelense”.

Até agora, apenas um dos prisioneiros foi repatriado. Nesse sábado, 4, Nicolas Calabrese, cidadão ítalo-argentino, mas residente no Brasil, “foi deportado pela Turquia” com destino à Itália, conforme comunicado oficial da equipe que assessora a Global Sumud Flotilla.

Ainda seguem confinados em Israel 13 pessoas, entre as quais Luizianne, que se recusou a aderir a um acordo para deportação acelerada oferecido pelo país.

A assessoria da petista esclareceu que a ex-prefeita rejeitou o documento por considerá-lo “abusivo e que, por sua trajetória na defesa dos direitos humanos, entendeu que sua responsabilidade ia além de sua própria situação, estando em solidariedade e unidade com os demais membros da delegação brasileira que não assinaram o documento”.

Do grupo aprisionado, ao menos quatro iniciaram uma greve de fome em protesto contra as condições nas quais se encontram. São eles: João Aguiar, Thiago Ávila, Ariadne Telles e Bruno Gilca.

Relatos colhidos por interlocutores criticaram a escassez de alimentos e mesmo a negligência na oferta de medicamentos necessários para pessoas em tratamento.

Há ainda menção a “forte pressão psicológica e até agressões físicas a alguns dos ativistas”.

A flotilha, como é chamado o conjunto de embarcações, partiu da Sicília, na Itália, para levar ajuda, entre alimentos e medicações, para crianças e adultos palestinos.

A deputada cearense deixou o Brasil no início de setembro. Sua embarcação, a Grande Blu, foi interceptada por forças de Israel em 1º de outubro já nas proximidades de Gaza.

Havia a expectativa de que Israel liberaria a passagem, mas os militares reforçaram o bloqueio, impedindo a entrega dos itens.

Além de Luizianne, a Grande Blu conduzia outras nove pessoas, entre ativistas e profissionais de áreas diversas.

Na flotilha, havia participantes de cerca de 40 países. Os brasileiros que foram presos estavam em seis barcos.