Com Luizianne a bordo, flotilha humanitária que seguia para Gaza é interceptada por Israel
A organização comunicou que três embarcações da flotilha foram interceptadas e abordadas por militares
A flotilha humanitária Flotilha Global Sumud, que tenta chegar a Gaza, denunciou que foi interceptada pelas forças armadas de Israel nesta quarta-feira, 1º. Entre os integrantes do grupo, está a deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins (PT), que segue no barco Grande Blu-Jabalia. Além dela, a flotilha é composta por dezenas de voluntários de mais de 40 países em missão humanitária para levar alimentos e medicamentos à população de Gaza.
No site da organização, o barco da deputada aparece com o status de interceptado junto de outras 12 embarcações. A comunicação foi perdida com a parlamentar e, em suas redes, foi publicado vídeo gravado previamente, temendo justamente a perda de contato com Luizianne e outros ativistas. O grupo já vinha denunciando que estava sofrendo ataques.
"Meu nome é Luizianne Lins, eu venho do Brasil e, se você está assistindo este vídeo, é porque eu fui sequestrada pelas forças de ocupação israelense e levada contra minha vontade. Peço ao meu governo para acabar com qualquer relação com Israel e me levar para casa", diz a deputada no registro.
Segundo a comunicação da deputada, autoridades brasileiras e organismos internacionais já estão sendo acionados para acompanhar a situação e garantir a integridade do grupo.
"Nas últimas horas, ocorreu grande expectativa de que as embarcações conseguiriam chegar às pessoas famintas, dada a repercussão internacional, com declaração de apoio de diversos países. Porém, a movimentação neste momento é para o rapto, prisão e posterior deportação dos membros da missão, como ocorreu com o barco Madlen, da Flotilha da Liberdade, no último mês de junho", afirmou nota da comunicação da deputada.
No grupo, há também o ativista brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg. Eles explicaram estar "cercados por navios de guerra israelenses". Segundo a organização, as câmeras das embarcações estão fora do ar e os barcos foram abordados por militares. Em um dos comunicados, é dito que o barco Alma, que levava, Thiago, e as embarcações Adara e Sirius, ambos com brasileiros a bordo, além de interceptados, foram abordados por militares.
"Além dos barcos já confirmados como interceptados, a transmissão e a comunicação foram perdidas com várias outras embarcações", diz comunicado da organização.
"Este é um ataque ilegal contra ativistas humanitários desarmados em águas internacionais. Conclamamos governos, líderes mundiais e instituições internacionais a exigirem a segurança e a libertação de todos a bordo, e a seguirem monitorando a situação de perto".
Oficialmente, a Marinha israelense afirmou que "ordenou a mudança de rota da flotilha que, se encontra próxima do território palestino". A informação é do Ministério das Relações Exteriores.
"A Marinha israelense entrou em contato (...) com a flotilha e pediu que mudasse de rota", indicou o ministério em comunicado. "Israel informou à flotilha que ela está se aproximando de uma zona de combate ativa e que está violando um bloqueio naval legítimo", acrescentou.
Barcos e brasileiros até agora interceptados são:
Barco Grande Blu
Luizianne Lins, deputada federal pelo PT
Barco Alma
Thiago Ávila (membro do Comitê Diretor da Global Sumud Flotilla)
Barco Sirius
Mariana Conti, vereadora de Campinas pelo Psol
Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro
Bruno Gilga, trabalhador da USP e ativista da CSP-Conlutas
Lisiane Proença, comunicadora popular
Magno Costa, diretor do Sintusp
Barco Adara
Ariadne Telles, advogada popular e militante da luta pela terra na Amazônia
Mansur Peixoto, criador do projeto História Islâmica
Barco Spectre
Gabi Tolotti, presidente do Psol-RS
Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino e coordenador da Frente Palestina de São Paulo
Barco Yulara
Lucas Gusmão, ativista internacionalista
(Com AFP)
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