Pix virou alvo? Tabata viraliza com vídeo onde aponta trama entre Trump, Bolsonaro e big techs
Deputada denuncia suposta articulação para favorecer Visa, Mastercard e outros gigantes dos EUA no mercado de pagamentos
Em vídeo publicado nas redes sociais, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) comenta sobre os riscos da taxação anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros e a recente abertura de uma investigação sobre o Pix, sistema de pagamentos desenvolvido pelo Banco Central. A deputada alega ser tudo parte de uma trama maior que envolve políticos e empresas multinacionais.
"O ataque ao Pix é apenas a primeira peça de um jogo de poder. Bolsonaro e Trump jogam juntos e têm um plano. Nele, o maior perdedor é o Brasil", diz a parlamentar, na legenda da publicação.
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Em cerca de 24 horas no ar, a publicação já chega a 2,5 milhões de visualizações no Instagram, além de mais de 400 mil views no TikTok.
"Querem taxar o seu Pix. Dessa vez é de verdade e, por trás disso, tem uma grande trama em andamento, com políticos e empresas que têm muito a ganhar com ataque à soberania brasileira, mesmo que, no processo, eles coloquem em risco os interesses do povo brasileiro e também do povo americano. E é por isso que a gente precisa entender o que tá acontecendo, quem ganha com isso, quem perde", inicia falando a deputada por São Paulo.
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Big Techs incomodadas
Vestindo uma camisa da seleção brasileira sob uma jaqueta de couro, Tabata sugere que a iniciativa visa beneficiar gigantes tecnológicas e financeiras americanas, como Visa, Mastercard, Apple, Google e Meta, que estariam perdendo mercado para o sistema de pagamento instantâneo brasileiro.
"Talvez você não saiba, mas o resto do mundo não tem Pix. Na Europa não tem nada parecido, nos Estados Unidos, ainda é comum usar cheque — se você tem menos de 30 anos, pergunta à sua mãe o que é um cheque — e por isso o nosso Pix virou alvo, porque cresceu rápido, fez o uso de cartão de crédito cair, tirou mercado de Visa e Mastercard, duas gigantes americanas que lucram bilhões com as transações que a gente faz. Ele também atrapalha os planos de empresas como Apple, Google e Meta, que têm seus próprios sistemas de pagamento, com taxas, cartões e lucros para elas. Todas elas estavam na primeira fila na posse de Donald Trump", relembra a deputada.
Aliança Trump x Bolsonaro
Na fala, a parlamentar também aponta para uma aliança estratégica entre Donald Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde o brasileiro serviria aos interesses de Trump ao fornecer um pretexto para taxar o Brasil, enquanto as Big Techs se beneficiariam da falta de regulação e concorrência.
Essa colaboração, segundo o vídeo, busca desviar a atenção de problemas internos de Trump e garantir que a tecnologia americana prevaleça globalmente. Ainda segundo a deputada, big techs e Trump têm interesse em manter o mundo usando tecnologia americana, sem concorrência, sem regulação.
"E quem mais pode dar essa vantagem a elas? Elha só, Bolsonaro. Bolsonaro é útil para essas empresas, ele topa tudo desde que consiga escapar da Justiça, manter relevância política, reconstruir poder. É por isso que Eduardo Bolsonaro está conspirando nos Estados Unidos, porque, pensa aqui comigo, se hoje existe uma ameaça real, declarada, ao Pix, por que que não teve vídeo do Nikolas sobre isso? Eles não estão de fora, estão dentro, participando. Trump quer pintar o Brasil como uma ameaça à liberdade, Bolsonaro oferece o papel de vítima. No fundo, a principal utilidade do Bolsonaro é dar a Trump uma desculpa para taxar o Brasil, acima de todos. E as Big Techs ganham com isso, elas não querem ser reguladas, não querem ser responsabilizadas por golpe, fraude, jogo ilegal, discurso de ódio, exploração infantil, porque significa perder dinheiro", argumenta.
Tabata afirma que tudo isso ocorre enquanto Donald Trump tenta desviar os holofotes dos processos e questionamentos sérios que vêm sofrendo dentro dos Estados Unidos, incluindo o caso de Jeffrey Epstein, um escândalo que envolve tráfego de menores. Por fim, ela conclui que, em última análise, essa manobra prejudicaria tanto o povo brasileiro quanto o americano, em favor de quem lucra com divisões e mentiras.
"Nosso direito de escolher o que é melhor pro nosso futuro depende de que todo mundo entenda o que é que está em jogo", finaliza Tabata.