Moraes manda anexar publicações de Eduardo Bolsonaro a inquérito

Ministro diz que Eduardo "intensificou condutas ilícitas" ao atacar o STF em postagens. Despacho ocorre horas após revogação de visto americano de Moraes

12:47 | Jul. 19, 2025

Por: Mateus Brisa
Despacho de Moraes contra Eduardo Bolsonaro ocorre horas após seu visto de entrada nos Estados Unidos ter sido revogado pelo governo Trump (foto: Gustavo Moreno/STF)

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes determinou que sejam anexadas ao inquérito que mira Eduardo Bolsonaro quaisquer publicações em que o deputado profira ataques ou ameaças de mais sanções do presidente americano Donald Trump contra o Brasil.

Em despacho feito neste sábado, 19, o magistrado solicitou ainda parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as publicações. Moraes afirmou que Eduardo “intensificou as condutas ilícitas” que são alvo da investigação ao realizar ataques contra o STF em postagens nas redes sociais.

Na visão do ministro, essa intensificação está associada às medidas cautelares impostas por ele ao pai do investigado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes incluiu links de publicações de Eduardo, além de entrevistas dele.

O despacho de Moraes ocorre horas após seu visto de entrada nos Estados Unidos ter sido revogado pelo governo Trump. Outros sete ministros do STF também tiveram seus vistos anulados, assim como seus familiares.

Inquérito

Após pedido da PGR, Alexandre de Moraes instaurou o inquérito contra Eduardo Bolsonaro em 26 de maio último. O deputado é investigado por crimes de coação, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, na esteira da tentativa de golpe em 2022.

Segundo a Procuradoria-Geral, Eduardo teria instigado o governo dos Estados Unidos a impor sanções a ministros do STF, à Polícia Federal (PF) e à própria PGR. Isso incluiria cassação de vistos, bloqueio de bens e restrições às relações comerciais com o objetivo de intimidar o Judiciário brasileiro.

Moraes determinou quebra de sigilo, monitoramento das redes sociais de Eduardo e que Eduardo e seu pai prestassem esclarecimentos sobre a situação. Diplomatas brasileiros auxiliaram com as diligências, visto que Eduardo está morando nos EUA desde fevereiro de 2025.