Sarto se reúne com deputados da oposição, defende a própria gestão e critica Evandro
Sarto foi o convidado do Café da Oposição, reunião semanal de deputados opositores ao governo Elmano de Freitas (PT); ele falou sobre temas da gestão e de política
16:33 | Jul. 09, 2025
Convidado desta quarta-feira, 9, do Café da Oposição, reunião semanal de deputados opositores ao governador Elmano de Freitas (PT) na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), o ex-prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT), saiu em defesa da própria gestão na Prefeitura de Fortaleza (2021-2024), além de criticar seu sucessor, o atual prefeito Evandro Leitão (PT).
Sarto retornou à Alece, onde teve sete mandatos consecutivos como deputado estadual e chegou a ocupar o posto de presidente da Casa antes de assumir a Prefeitura de Fortaleza. Na pauta do encontro, falou sobre temas como saúde, educação e política.
Gestão
O pedetista iniciou a fala, no gabinete do deputado Cláudio Pinho (PDT), destacando dados econômicos da Capital nos anos de sua gestão. O ex-gestor reafirmou ter colocado Fortaleza como o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste, mesmo com a pandemia.
"Deixei ainda mais de R$ 600 milhões em caixa. Que banco aprovaria empréstimo, como foi aprovado para o Evandro (Leitão), com a Prefeitura quebrada como ele disse que estava?", questionou.
— Jogo Político (@jogopolitico) July 9, 2025Saúde
Ao entrar na questão da Saúde, Sarto citou alguns gestores, atualmente em cargos de chefia no município, que já trabalhavam na gestão do PDT. "O núcleo duro da gestão da Saúde é pedetista", destacou.
Sarto rebateu mais uma vez o discurso sobre contas que deixou em aberto e pagamentos não realizados no setor. Ele afirmou que toda gestão que chega ao fim deixa "restos a pagar", o que seria "absolutamente normal", segundo o prefeito. "A Luizianne deixou em torno de R$ 400 milhões para o Roberto Claudio. É algo natural na gestão", explicou.
O ex-prefeito defendeu o avanço, em termos de obras no segmento, na Capital. “RC fez 22 postos em oito anos, eu fiz 24 postos em quatro. O posto que fiz na Jacarecanga, na Francisco Sá, dentro do shopping, é o maior posto do Brasil”, argumentou.
Falta de medicamentos
Sarto negou que tenha entregado a cidade com falta de medicamentos nas unidades de saúde. Segundo ele, com exceção de "quatro ou cinco medicações que têm problema nacional", o estoque estaria normalizado, com centro de distribuição de medicação na Messejana. "Como que hoje está faltando remédio? A primeira secretaria de Saúde pediu demissão, por que será?".
Ele lembrou que, até dezembro, o aplicativo Mais Saúde informava a população sobre a situação das unidades do município. "Hoje parou. O sistema avisava a central de compras quando chegava a 20% do estoque. Ai hoje o prefeito do PT pede para a população avisar quando está faltando remédio. Como que isso pode estar certo? Minimamente um atestado de incompetência", disparou.
IJF
Questionado sobre o Instituto Dr. José Frota (IJF), Sarto lembrou que a grande maioria da verba que gere o hospital vem do município, mesmo com a unidade atendendo a população de outras cidades cearenses. Ele destacou que durante sua gestão, o Governo do Estado teria diminuído aportes para o hospital.
"Se não houver uma repactuação o IJF vai continuar deficitário. Fizemos uma gestão competente. Todo mundo sabe que o IJF tem altíssima resolutividade, é referência nacional. E hoje está superlotado? Cadê o Ceará três vezes mais forte? Cadê o aporte prometido? É necessária uma repactuação", reafirmou.
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Sarto voltou a criticar o fechamento do núcleo de atendimento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que havia sido inaugurado recentemente. "Ele (Evandro) fechou o local, tirou as placas e não há informação alguma de que obra há lá, quem executou, nada. Isso é um crime. Dei entrada no MP com denúncia", sinalizou.
Sem alinhamento com o grupo governista
José Sarto disse que, embora tenha pedido diversas vezes, só foi recebido uma única vez pelo governador Elmano. "O governador me recebeu apenas uma vez, em agosto de 2021, quando já havia recebido vários outros prefeitos. Parece que eles só entendiam que deviam ajudar a quem tivesse alinhamento ideológico com o atual governo".
Questionado pelos colegas deputados sobre a Educação, Sarto criticou o agora ministro Camilo Santana (PT). "Camilo prometeu dez creches para Fortaleza, entregou uma. Somente na educação infantil, nós fizemos 34 super creches", afirmou.
O ex-prefeito chamou de "mentirosas" as afirmações de que houve dificuldade na transição entre as gestões. "Na transição, nós tivemos 21 reuniões. A Justiça determina que haja, pelo menos, três. Fizemos 21".
Obras pela cidade
Evandro afirmou que, das 200 obras em andamento na cidade, menos de 10% estavam funcionando quando assumiu o cargo.
Sarto respondeu: "Ponte dos Ingleses? Entregue. Parque Raquel de Queiroz? Entregue. Lagoa de Messejana? Entregue. Lagoa do Mondubim? Entregue. Beira-Mar? Entregue. 24 postos de saúde? Entregues. 34 super creches? Entregues. Dez escolas de tempo integral entregues. 1.000 ruas de tijolinho entregues, que não sofreram com a quadra chuvosa", elencou.
Ele admitiu ter deixado algumas obras inacabadas, o que classificou como natural. "Evidentemente, não dá para nenhuma gestão terminar o ano fiscal, tendo executado 100% todas as obras. Tinham umas que estavam em andamento, até porque o processo licitatório obedece uma certa burocracia e tem gestão após gestão, obras que passam, começam em uma gestão e terminam noutra".
Reunião
A reunião desta quarta-feira teve o menor quórum de deputados, desde o início dos encontros semanais da oposição. Estavam presentes os deputados Cláudio Pinho (PDT), Antônio Henrique (PDT), Felipe Mota (União Brasil) e Sargento Reginauro (União Brasil).
No decorrer da conversa, o deputado Heitor Ferrer (União Brasil) se juntou ao grupo, alegando ter ido dar um abraço no antigo colega de Câmara Municipal e Assembleia Legislativa. Questionado sobre se isso poderia ser interpretado como falta de prestígio, Sarto minimizou, afirmando que Queiroz Filho (PDT) estava no momento fiscalizando obra do Metrofor; Alcides Fernandes (PL) estaria em uma consulta médica e Carmelo Neto (PL) e Dra. Silvana (PL) estão de licença.