PT Fortaleza: Candidatos visitam sede, avaliam PED e projetam expectativas
Em Fortaleza, três candidatos disputam direção municipal do Partido dos Trabalhadores
Os candidatos à presidência do PT Fortaleza estiveram logo pela manhã deste domingo, 6, na sede do diretório estadual acompanhando o Processo de Eleições Diretas (PED) do partido.
Em conversa com O POVO, Eudes Baima e Mari Lacerda avaliaram o PED na Capital e expressaram as expectativas sobre o resultado do pleito.
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Até às 11 horas, Antônio Carlos, candidato do Campo Popular, ainda não havia passado na sede estadual do partido. O texto será atualizado quando houver entrevista.
Em Fortaleza, são 16 locais de votação. O pleito segue até às 17 horas. Conforme direção atual, a expectativa é de entre 6 mil e 10 mil filiados se dirigirem às urnas na Capital.
Eudes Baima
Antes mesmo do início da votação, às 9 horas, o candidato pelo Diálogo e Ação Petista (DAP), Eudes Baima, foi o primeiro candidato a chegar à sede do PT Ceará, na Avenida da Universidade, em Fortaleza. Na oportunidade, ele defendeu a necessidade de o partido retomar bandeiras históricas.
“A gente está aqui apresentando um movimento nacional que visa mudar os rumos dos governos do PT, porque acreditamos que é necessário retomar as bandeiras originais do PT, as promessas de palanque de 2022", afirmou.
Eudes entende ser necessário insistir em pautas que mobilizem a população, como a taxação dos super-ricos, em vez de se buscar a conciliação com a direita no Congresso.
Para ele, o PT tem se distanciado da militância ao reduzir o processo de eleição interna a uma formalidade. “Me parece que o PED é muito encarado pelas correntes majoritárias como um momento apenas de cumprimento. Uma norma burocrática, não como um momento de reflexão, de discussão, de debate”, pontuou. Situação que, conforme o candidato do DAP, expressa-se nas "filiações em massa sem critérios".
Questionado sobre a possibilidade de acordos com outras chapas, Baima afirmou que não houve diálogo com os demais candidatos, mas não vê isso como um problema.
“Nós entendemos que não é necessário esse tipo de acordo no PT, porque após as eleições, o partido se apresentará unido à sociedade. É uma disputa de ideias internas que nós achamos necessária, não malévola”.
Baima também lamentou a “ausência” de debates e confronto de opiniões. “A disputa de ideias foi muito fraca nesse PED. Nós achávamos que deveria ter tido mais conversa, mais discussão, mais debate”, avalia.
Para o futuro, ele externa: “Nós queremos um partido assembleísta, que seja vivo, que tenha discussão, que tenha debate. O PED, infelizmente, não está sendo isso", reforçou.
Mari Lacerda
Candidata pelo Campo de Esquerda, liderado pelo deputada federal Luizianne Lins, a vereadora Mari Lacerda chegou à sede acompanhada da vereadora professora Adriana Almeida, que disputa o PT Ceará. Em conversa com O POVO, Lacerda apostou na força do agrupamento para obter uma boa votação.
“A gente acredita que trazer até o final dessas eleições [as candidaturas] também é importante para afirmar o nosso posicionamento, afirmar tudo o que nós verbalizamos durante a campanha”, disse ao ser questionada sobre possibilidade de acordo.
Lacerda também defendeu um partido mais militante e engajado com as pautas sociais. “Nós queremos um PT socialista. Um PT forte nos governos, sim, mas um PT que tem como seu principal elemento ali a militância petista”, desejou.
A candidata do Campo de Esquerda criticou ainda o formato atual do PED, classificando-o como distante da base e mais burocrático. Segundo ela, o novo modelo, que concentra a votação para diferentes instâncias em um único dia, dificultou o debate interno.
“Olha, a gente está vivendo um PED completamente diferente dos anteriores. Nos anteriores, você tinha a votação direta na primeira instância, e depois você tinha os congressos estadual e nacional. Era no Congresso que a gente debatia as teses, as propostas, olho no olho, cara a cara, olhando para a nossa militância, né?”
Ela também apontou “burocratização” no processo. “A gente precisa se desburocratizar um pouco mais para estar, inclusive, proporcionando o que é da raiz do PT: a discussão construtiva das propostas e das ideias”.
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