CCJ aprova projeto que prevê castração química para liberdade condicional de estupradores

CCJ aprova projeto que prevê castração química para liberdade condicional de estupradores

Texto aprovado em comissão da Câmara dos Deputados exige tratamento hormonal para progressão de pena de estupradores e aumenta punições para outros crimes sexuais

Tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL) que prevê o aumento das penas para crimes sexuais e estabelece a castração química para condenados por estupro ou estupro de vulnerável. O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), na última quarta-feira, 2, e ainda será analisado em Plenário.

A matéria aprovada é um substitutivo apresentado pelo relator, deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), ao PL 6.831/10, do ex-deputado Paes de Lira, com outros 56 projetos apensados. Entre as principais alterações está a inclusão da chamada castração química, procedimento já adotado em países como Estados Unidos e Reino Unido.

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O texto determina que condenados por estupro, ou estupro de vulnerável, só poderão progredir de regime ou obter livramento condicional caso aceitem tratamento químico-hormonal voluntário para redução da libido. O processo não envolve cirurgias.

Outras mudanças previstas

O Projeto de Lei também modifica as penas para diversos crimes sexuais:

  • Estupro: Dos atuais seis a dez anos, a pena passaria para dez a 20 anos. Em casos com lesão corporal grave ou se a vítima tiver entre 14 e 18 anos, a punição vai de 12 a 22 anos (atualmente é de 8 a 12 anos).
  • Estupro de vulnerável: a pena aumenta dos atuais oito a 15 anos para 12 a 22 anos. Em caso de lesão corporal grave, a pena passaria dos atuais 10 a 20 anos para uma previsão de 14 a 24 anos.
  • Violação sexual mediante fraude: a pena passa de dois a seis anos para quatro a oito anos.
  • Importunação sexual: Aumento de 50% da pena se a vítima for criança ou adolescente.

Além disso, o projeto prevê o acréscimo de dois terços da pena para cada ato libidinoso praticado nos crimes de estupro, estupro de vulnerável e importunação sexual. A Lei dos Crimes Hediondos também seria modificada para incluir os crimes de corrupção de menores e satisfação de lascívia na presença de criança ou adolescente.

O PL determina ainda que, nos crimes contra a liberdade sexual e contra vulneráveis, a denúncia passe a ser feita pelo Ministério Público (MP). Ou seja, não será mais necessária a queixa formal da vítima para que o crime seja investigado.

“As mudanças desestimularão infratores e ajustam punições”, afirmou o relator. Os deputados Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Helder Salomão (PT-ES) apoiaram o aumento de penas para crimes sexuais, mas criticaram a inclusão da castração química, questionando a eficácia do tratamento. 

O projeto já foi aprovado?

Após a aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o projeto seguirá para votação no Plenário da Câmara. Se aprovado, será encaminhado ao Senado. Somente após a aprovação nas duas Casas o PL segue para sanção presidencial.

O presidente pode vetar total ou parcialmente o texto, e tem 15 dias úteis para tomar essa decisão. Caso haja vetos, eles serão analisados pelo Congresso. Para derrubar um veto, é necessária maioria absoluta em ambas as casas: 257 deputados e 41 senadores.

Se for aprovada em todas as instâncias, a lei passará a vigorar com todas as alterações previstas.

O que é a castração química?

A castração química é um procedimento que consiste na administração de medicamentos para reduzir ou inibir a libido e os impulsos sexuais.

Diferentemente da castração cirúrgica, o método não é permanente e não compromete de forma definitiva a fertilidade, desde que o tratamento seja interrompido. O tratamento é feito, geralmente, por meio de injeções regulares de hormônios que reduzem a produção de testosterona no organismo masculino. Em alguns casos, são usados medicamentos que bloqueiam a ação de hormônios sexuais.

Apesar do nome, o termo castração é considerado inadequado sob o ponto de vista médico, pois o processo não leva à esterilização completa nem à impotência imediata. Os efeitos são predominantemente psicológicos e hormonais, e dependem do uso contínuo.

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Com informações da Agência Câmara.

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