Moraes retira sigilo de inquérito contra Bolsonaro sobre joias
Ex-presidente e mais 11 são investigados
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do inquérito da Polícia Federal sobre a venda de joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada nesta segunda-feira, 8. Nela, Moraes dá ainda 15 dias para a Procuradoria Geral da República (PGR) se manifestar sobre o caso.
Além desse período, é comum a PGR pedir mais tempo para analisar conclusão da PF. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pode solicitar mais provas, arquivar o caso ou apresentar denúncia.
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São investigados o ex-presidente e mais 11 pessoas na apuração sobre a venda no exterior de joias recebidas em viagens oficiais da Presidência. Entre os crimes estão como peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Na prática, ao vender os itens, Bolsonaro teria desviado patrimônio público. A investigação indica que ele e aliados teriam agido para desviar dinheiro de presentes oficias.
Pai de Mauro Cid teria repassado 25 mil dólares a Bolsonaro
De acordo com a CNN, a investigação da PF aponta que o pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Lourena Cid repassou 25 mil dólares em espécie ao ex-mandatário. Confira trecho do relatório divulgado pel CNN:
"Diante do exposto, a análise parcial dos dados analisados revelou que MAURO CESAR LOURENA CID teria guardado em sua residência, na cidade de Miami, objetos (barco e árvore dourados) que possivelmente foram dados como presentes oficiais de autoridades estrangeiras a JAIR MESSIAS BOLSONARO em viagens internacionais. Em seguida, MAURO CESAR LOURENA CID e seu filho MAURO CESAR BARBOSA CID encaminharam os objetos desviados, pertencentes ao acervo público brasileiro, para estabelecimentos comerciais especializados, para serem avaliados e alienados (diretamente e/ou por leilão). Além disso, os elementos de prova colhidos, demonstraram que MAURO CESAR LOURENA CID recebeu, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-Presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal. Os dados ainda indicam, a utilização de uma conta bancária, provavelmente vinculada a LOURENA CID, para movimentação de valores, que podem ser oriundos da venda de outros itens ainda não identificados, recebidos pelo ex-Presidente JAIR BOLSONARO e desviados do acervo público brasileiro, pelos investigados".
Veja lista de indiciados
- Fabio Wajngarten - advogado da família Bolsonaro;
- Frederick Wassef - advogado da família Bolsonaro;
- tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- general Mauro Cesar Lourena Cid - pai de Mauro Cid;
- almirante Bento Albuquerque - ex-ministro de Minas e Energia durante o governo Bolsonaro;
- Marcos André dos Santos Soeiro - ex-assessor de Bento Albuquerque;
- José Roberto Bueno Júnior - ex-chefe de gabinete do Ministério de Minas e Energia durante o governo Bolsonaro;
- Marcelo da Silva Vieira - ex-chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência durante o governo Bolsonaro;
- Julio Cesar Vieira Gomes - ex-secretário especial do Fisco durante o governo Bolsonaro;
- Marcelo Costa Câmara - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Osmar Crivelatti - ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;