Vereadora de Fortaleza pede para população não doar para governo do RS e sim para igreja

Governo tem disponibilizado balanço de atuações em meio ao desastre ambiental. Tragédia no Rio Grande do Sul é alvo de fake news sobre atuação dos órgãos públicos

A vereadora de Fortaleza Priscila Costa (PL) usou redes sociais para pedir que a população não faça doações para o Governo do Rio Grande do Sul, estado que enfrenta uma situação de calamidade pública devido às fortes chuvas. A parlamentar afirmou que “não se sabe como o dinheiro será utilizado”, indicando uma chave PIX da Igreja Batista em Canela para receber doações.

O Governo tem disponibilizado balanços de atuações em meio ao desastre ambiental. Confira pontos de arrecadação em Fortaleza e RMF, no fim da matéria.

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No vídeo, Priscila Costa afirma: “A primeira orientação que a gente percebe, que a gente vê é não fazer vaquinha para o Governo. O governador do Rio Grande do Sul está fazendo vaquinha e a gente não sabe como vai ser utilizada pelas autoridades, até porque quem mais tá tendo resultados práticos, no sentido de salvar vidas da população, é o povo."

A parlamentar acrescenta que grandes atores no salvamento de vítimas seriam os empresários e a Igreja: “É o empresário que está providenciando o que precisa, é a Igreja que tá abrindo as portas e salvando pessoas. Então tem instituições sérias fazendo vaquinha. Vou deixar aqui a vaquinha da primeira Igreja Batista em Canela”, disse. Costa é do meio evangélico e adepta à Assembleia de Deus Bela Vista.

Confira o vídeo abaixo:

Apesar das declarações de que a principal atuação seria de empresários ou de igrejas, não se sabe o número de salvamentos por instituição ou grupo social. O Governo Federal e o Governo gaúcho têm disponibilizado balanços com dezenas de milhares de resgate promovidos por órgãos governamentais.

No último dia 5, foi divulgado que o número de pessoas ilhadas devido às enchentes no Rio Grande do Sul e que foram resgatadas superou os 20 mil. Esse resultado, em específico, se refere a trabalhos envolvendo militares das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Brigada Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e voluntários.

Nas Forças Armadas, o efetivo está em quase 900 pessoas, considerando Exército, Marinha, Aeronáutica e agências parceiras. O trabalho envolve pelo menos 30 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas, 182 embarcações e 85 equipamentos de engenharia.

O Ministério da Justiça também atualizou o balanço da pasta nas ações de salvamento. Estão envolvidas 734 pessoas, das quais 319 integrantes da Polícia Federal, 315 da Polícia Rodoviária Federal e 100 da Força Nacional de Segurança. Desse total, 674 são policiais e 60 são bombeiros.

Já em relação ao Governo Estadual do Rio Grande do Sul, todos os dias a Defesa Civil disponibiliza um boletim da situação da tragédia. Ontem, terça-feira, 7, foram contabilizadas 155.741 pessoas desalojadas, e 48.147 pessoas temporariamente em abrigos do Estado.

Tragédia é permeada de Fake News sobre atuação dos órgãos públicos

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, pediu na terça-feira, 7, a abertura de investigação de influenciadores digitais e contas em redes sociais na internet que vêm disseminando informações falsas sobre o trabalho de resgate de pessoas e sobre a recuperação dos estragos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Em ofício enviado ao ministro Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública, Pimenta cita "narrativas desinformativas e criminosas" que causam impacto no aprofundamento da crise social vivida pela população gaúcha. O pedido foi acatado e será realizada uma investigação pela Polícia Federal.

“Destaco com preocupação o impacto dessas narrativas na credibilidade das instituições como o Exército, FAB, PRF e ministérios, que são cruciais na resposta a emergências. A propagação de falsidades pode diminuir a confiança da população nas capacidades de resposta do Estado, prejudicando os esforços de evacuação e resgate em momentos críticos. É fundamental que ações sejam tomadas para proteger a integridade e a eficácia das nossas instituições frente a tais crises", diz o ofício do ministro Pimenta.

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