Quase metade dos perfis suspensos no X por decisão do STF têm relação com 8 de janeiro

Conforme as informações dos parlamentares norte americanos, o conjunto todo soma cerca de 150 perfis alcançados no X

A maioria das contas no X, antigo Twitter, que foram derrubadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tem ligação com os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023; com o bloqueio de rodovias ocorrido após as eleições de 2022; e com os acampamentos em frente aos quartéis do Exército.

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Os perfis estão inseridos nas decisões sigilosas da Corte que foram divulgadas por um comitê da Câmara de Representantes dos Estados Unidos na última quarta-feira, 17. As ordens judiciais atingiram, em sua maioria, contas de usuários do X, antigo Twitter, no entanto, há casos também, de contas derrubadas em outras plataformas, como Facebook e Instagram.

De acordo com os documentos expostos pelo comitê norte americano, 97 usuários tiveram suas contas bloqueadas após decisão do STF. Algumas dessas pessoas possuíam mais de um perfil na rede, já outras dezenas tiveram as contas suspensas por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Conforme as informações dos parlamentares, o conjunto todo soma cerca de 150 perfis alcançados no X.

Das 97 determinações judiciais, 44 envolvem suspeitos de participação nos bloqueios de rodovias ou nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Os documentos sinalizam apenas o encaminhamento para redes sociais de decisões anteriores do ministro Alexandre de Moraes, dessa forma, não é possível ter acesso a detalhes da fundamentação para o bloqueio.

O Supremo afirma que todas as decisões da Corte são fundamentadas.

Em uma ação, por exemplo, foram determinados 31 bloqueios. Essa ação trata de uma investigação a despeito dos bloqueios em estradas realizados após o resultado das eleições presidenciais de 2022. A ordem de suspensão dos perfis ocorreu dias antes da Polícia Federal (PF) atender a exigência de Moraes, que determinou que uma operação fosse deflagrada contra suspeitos de financiar os movimentos.

Dentre as contas bloqueadas, está a do deputado federal Zucco (PL-RS), que é alvo de investigação por, supostamente, ter incentivado os atos. O parlamentar, no entanto, nega irregularidades. O perfil foi reativado posteriormente.

Pelo menos quatro das contas bloqueadas pertencem a alvos da Operação Lesa Pátria, que já teve 26 fases e apura envolvimento com o 8 de janeiro. Um deles é o coronel Benito Franco, comandante do batalhão de Rondas Ostensivas Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar de Goiás (PM-GO). Ele gravou um vídeo dizendo que “o ladrão não sobe a rampa”.

Além dele, Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior foi alvo de investigação. Conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, o homem é mencionado no depoimento de diversos outros presos e é apontado por eles como um dos articulistas e incentivadores dos atos do dia 8.

Outra pessoa que teve a conta suspensa foi Gilcemar Faria de Oliveira, que é réu no STF por incitação aos ataques, após ter sido capturado no acampamento em frente ao QG do Exército. Os advogados alegam que ele estava no local “pacificamente”.

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