Veja casos suspeitos de envolvimento de facções criminosas com políticos no Ceará

Pelo menos desde 2020, há informações sobre atuação das facções nas eleições e em órgãos públicos

O Ministério Público do Ceará (MPCE) e outros órgãos estão atentos à atuação das facções criminosas na política. Há investigações sobre vereadores, secretários e até prefeitos que teriam relação com grupos criminosos para ganhar contratos públicos. O MP e a Justiça Eleitoral monitoram e buscam evitar que pessoas ligadas a facções disputem as próximas eleições.

LEIA TAMBÉM | Reportagem do O POVO mostra o que é investigado sobre a presença de facções em Prefeituras do Ceará

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

LEIA AINDA | Reportagem mostra o que autoridades têm feito para evitar que facções impeçam eleitores de votar e até disputem eleições

O POVO mostra, desde 2020, suspeitas de envolvimento de facções criminosas com as disputas eleitorais. Na época, o delegado coordenador da operação da Polícia Federal nas eleições 2020 disse, ainda no primeiro turno, que chegaram ao conhecimento da corporação muitas ocorrências envolvendo facções criminosas em diversos municípios.

 

Maranguape

Entre as eleições que teriam tido interferência de facções está a de Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O MPCE havia requisitado à Polícia Federal abertura de inquéritos para investigar suposto apoio dado por membros de facção criminosa a campanhas políticas nas últimas eleições no Município.

O caso veio à tona com a prisão de Francisco José dos Santos Freitas, o Zezim da Horta. Em transcrição de interceptações telefônicas feitas na operação Guilhotina, ele conversa com vereador que viria a ser eleito sobre apoio no pleito. Ele ainda fala com outros interlocutores sobre conversa que teria tido com um candidato a prefeito, entre outros. Em uma das interceptações, Zezim, acusado de ser chefe local do Comando Vermelho (CV), conta estar procurando candidatos para apoiar. A defesa dele negou associação com a política local.

Sertão Central

Outro caso de suposto envolvimento de políticos com facções criminosas foi registrado em um município do Sertão Central do Estado. Antes das eleições, um delegado de Polícia Civil encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPCE) ofício em que descrevia que o prefeito do Município e mais outra pessoa financiaram dois faccionados para assassinar integrantes e pessoas relacionadas a um grupo criminoso.

As mensagens que comprovariam essa ligação foram encontradas no celular de um suspeito de homicídio, apreendido por meio de mandado de busca e apreensão. Os áudios foram encaminhados pela Polícia Civil ao MPCE.

Santa Quitéria

No mesmo ano de 2020, quatro pessoas foram investigadas por um suposto plano para matar o prefeito de Santa Quitéria, a 229 quilômetros da Capital, candidato derrotado à reeleição. O grupo, que integraria a facção Comando Vermelho, havia sido preso em 11 de novembro.

Na delegacia, um dos envolvidos afirmou que recebeu 200 reais para pichar a casa de apoiadores do ex-prefeito, o que teria sido uma ordem do chefe do CV no município. Ele também confessou o suposto plano de matar o candidato, que ainda envolveria atirar na casa de um assistente dele.

Redenção

Em Redenção, um chefe do CV foi preso no primeiro turno por compra de voto. Agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) flagraram ele e outro homem, em um carro, abordando moradores diversos moradores do município. Ao abordarem a dupla, os policiais encontraram R$ 2.261 em espécie, cuja origem não foi explicada pelos dois. Nenhum material de campanha foi encontrado e não foi informado qual candidato os dois estariam apoiando. Nas redes sociais, no entanto, o faccionado ostentava fotos com políticos da região.

Fortaleza e Litoral Leste

Fortaleza também teve registro de supostas interferências. Em conversas obtidas pela Draco, integrante de uma facção criminosa aparece dizendo ter apoiado financeiramente políticos de municípios do Litoral Leste do Ceará. Conforme as mensagens, apreendidas no celular de uma “conselheira” do CV, também teria havido uma ordem proibindo campanha para aliados do deputado federal Capitão Wagner, à época no Pros, que concorreu à Prefeitura de Fortaleza.

Em todos os casos, O POVO optou por não divulgar os nomes dos políticos citados por não haver ainda acusação formal contra eles.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

eleições 2024 Ceará facções criminosas Ceará

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar