Precatórios: Banco Central apresenta dados que contradizem acusação de Ciro Gomes

Na denúncia, Ciro classificou a decisão do governo de quitar o montante como "falcatrua", e acusou o Poder Judiciário de ser intermediador do que ele chamou de o "maior escândalo da história brasileira"

O Banco Central apresentou dados que contradizem denúncia do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) envolvendo o pagamento de precatórios pelo governo Lula. De acordo com a instituição, dos R$ 93 bilhões previstos, somente R$ 3,18 bilhões foram pagos aos bancos detentores desses títulos judiciais.

Além disso, dos R$ 3,18 bilhões, apenas R$1,68 bilhão são precatórios adquiridos pelos bancos de terceiros. O R$ 1,5 bilhão restante trata-se de precatórios cujos credores originários são as próprias empresas financeiras.

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No último domingo, o pedetista publicou um vídeo, em seu canal do Youtube, afirmando que R$ 93 bilhões do montante destinado à quitação dos precatórios atrasados quitados pelo governo federal, na verdade, foram parar nos cofres dos bancos.

“R$ 93 bilhões do povo brasileiro foram entregues pelo governo Lula aos bancos, diretamente? Não. Claro que eles montaram um esquema para disfarçar isso, ninguém faz corrupção passando nota fiscal”, diz Ciro no vídeo.

Da quantia quitada pelo Governo Federal, R$ 49 bilhões são de natureza alimentar, pagos em sua maioria a trabalhadores e aposentados que já tinham vencido em definitivo processos judiciais com trânsito em julgado, ou seja, sem possibilidade de recurso, contra a União.

Na denúncia, Ciro intitulou a decisão do governo em quitar o montante como “falcatrua” e acusou o Poder Judiciário de ser intermediador do que ele chamou de o “maior escândalo da história brasileira”.

“É claro que ele (Governo Federal) não passou os precatórios para os bancos, eles fizeram uma falcatrua via Poder Judiciário. Passou o dinheiro para o Judiciário depois que os bancos compraram pela metade do preço o que o povo tinha”, diz Ciro na transmissão.

O político reitera que os bancos beneficiados pela quantia foram “pouquíssimos” e que as instituições que receberam parte do montante podem facilmente ser encontradas. Entretanto, não deu o nome de nenhum banco. 

“São poucos bancos, facílimo de descobrir, e o Ministério Público Brasileiro está desafiado a perguntar para a Justiça Federal quem foi que ficou com esses valores”, pontua.

Ele acusa nominalmente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “roubar o dinheiro” dos precatórios e alega que o país está vendo, mais uma vez, “o assalto generalizado aos cofres públicos que a corrupção endêmica no Brasil pelo Lula, pelo PT produziram”.

O ex-presidenciável explica que, quando a gestão petista resolveu pagar os R$ 93 bilhões aos bancos, as instituições só haviam pago metade desse valor aos beneficiários. O político também reforçou que o Ministério Público Federal (MPF) tem a obrigação de se manifestar acerca do eventual “calote”, emitindo um ofício e encaminhando-o aos órgãos de Justiça do país.

“Faz um ofício simples, para a Justiça Federal, para o Conselho Nacional de Justiça, dizendo quem são as pessoas que chegaram com procuração, em nome de credores para receber os precatórios, aí você vai achar que dia os precatórios que não valiam nada passaram a valer ouro”, declara Ciro.

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