Pressão eleitoral e elogios a Lula acirram divergências entre Bolsonaro e Valdemar
Aliados de ambos os lados temem prejuízo eleitoral com divergências entre representantes do partido
16:29 | Jan. 17, 2024
Após circular vídeo do dirigente do PL, Valdemar Costa Neto, elogiando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), outro vídeo com Jair Bolsonaro criticando o aliado veio à tona. Na ocasião, o ex-presidente falou do risco de “implodir o partido” nesse contexto.
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A situação escancarou fissuras dentro da legenda. Com isso, aliados de ambos os lados temem prejuízo frente às eleições municipais de 2024. Contudo, Bolsonaro e Valdemar divergem sobre os posicionamentos do PL no pleito de algumas capitais. O cenário pode interferir, por exemplo, nas alianças que a sigla articula pelo país.
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Com o ex-presidente, o PL se tornou a maior legenda da Câmara dos Deputados. Isso gerou o agravamento das discordâncias internas, visto que a ala mais bolsonarista diverge daquelas compostas por membros anteriores ao grupo.
Os primeiros desejam lançar o maior número de candidaturas possíveis, por exemplo. Já o chefe do PL prioriza alianças com partidos de centro e defende nomes com maiores chances eleitorais da legenda.
Bolsonaro, no entanto, já afirmou que a decisão final é de Valdemar. Ao portal Metrópoles, o ex-presidente declarou: "O casamento com o Valdemar está firme. Nele, eu sou o marido. E todos sabem que quem manda na relação é a mulher [risos]. Valdemar é o comandante do partido".
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Quanto ao vídeo em que estaria criticando o chefe do PL, Bolsonaro explicou que sequer citou o nome dele. "Valdemar tem um coração grande. Por isso, elogia muita gente. Ele não tem maldade. Em nenhum momento do vídeo que circulou, eu citei o nome do Valdemar. Como dirigente partidário, ele tem cumprido o que foi acordado comigo".
Já o presidente do PL alegou à Folha de S.Paulo que o vídeo é um "fake" e foi tirado de contexto.
"O que eu falei do Lula, eu falei porque é verdade. Se eu não falar a verdade, perco a credibilidade, que é o que me resta na política. Eles [extrema-direita] descem o cacete em mim quando eu falo isso. [Mas] Tivemos o vice do Lula, José Alencar, que era de direita. Participamos do governo. Como é que vou falar mal do Lula? Se eu falar, não sou um cara sério", completou.
Discordâncias
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro e Valdemar discordam. Em novembro de 2023, o ex-presidente disse que, por vezes, precisa "engolir" o candidato do dirigente e vice-versa.
"Nós temos tido problemas. Vários nomes para disputar a prefeitura na mesma cidade. Isso não é fácil. Na medida do possível, eu me coloco no lugar dele, ele se no meu lugar, e para nós podermos crescer temos que abrir mão. Então, por vezes, eu engulo o candidato do Valdemar, depois ele engole um candidato meu", afirmou durante lançamento do PL+60.
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