Presidente do STM diz que governo Lula deve reconstruir relação com as Forças Armadas
O brigadeiro Joseli Parente ainda defendeu, em entrevista à rádio O POVO CBN, a chamada PEC dos Militares
15:38 | Set. 15, 2023
Em entrevista à Rádio O POVO CBN, o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), brigadeiro Joseli Parente Camelo, afirmou que governo Lula deve reconstruir relação com as Forças Armadas. Segundo ele, o ponto de colisão entre os órgãos se deu a partir dos acampamentos militares anteriores aos ataques golpistas de 8 de janeiro.
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“Eu acredito que tudo isso contribuiu para haver uma perda de confiança”, seguiu. “Nós ficamos muito tristes com isso, mas nós vemos que os nossos comandantes são muitos unidos ao ministro da Defesa (José Múcio), todos eles juntos ao nosso presidente da República, acredito que pouco a pouco estão readquirindo essa confiança”.
O brigadeiro reiterou a importância dos militares estarem ingressando na política. No entanto, defendeu que, após a iniciativa, eles devem permanecer no posto político e não retornar às Forças Armadas.
“Tudo isso é muito importante, e tem que ser assim, os militares que querem ir pra política é muito saudável, é muito bom porque serão os nossos representantes lá, mas se desejam ir, vão, vão para a política e não mais voltem para a Força, vá atuar naquilo que ele gosta, naquilo que ele, talvez, a sua vocação”, pontuou.
O presidente explicou ainda que, nos dias atuais, o militar pode disputar pleito eleitoral e, caso perca, pode voltar à ativa. No entanto, voltou a defender a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Militares que trata do tema e que já conseguiu as 27 assinaturas necessárias para tramitar no Congresso Nacional.
“O senador Jaques Wagner (PT) acha que, se um presidente quer convidar alguém para ministro, ele pode, um militar mesmo, ele não se opõe a isso. Mas tudo isso será discutido no Congresso Nacional”, continuou. “O que é importante é que militares têm que estar voltados à sua função constitucional de defender a Pátria”.
Quando questionado se os militares concordam com a proposta, Joseli disse que “não há divergências” e que dialoga com a cúpula.
“Nós tivemos um almoço para debatermos esse assunto da atualidade e todos são unânimes em concordar que militares que sejam candidatos, passando ou não, não devem retornar para a Força, então irão para a compulsória, se tiver o tempo de serviço proporcional, se não tiver, vai trabalhar”, explicou.
PEC dos Militares
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que proíbe militares da ativa de se candidatar conseguiu as 27 assinaturas necessárias para tramitar no Congresso Nacional.
O objetivo inicial do Palácio do Planalto era vetar que militares da ativa assumissem todo e qualquer cargo do primeiro escalão, como os cargos de ministro e secretários de Estado. No entanto, esse trecho foi retirado numa articulação envolvendo o Ministério da Defesa e a Casa Civil.
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