Após Ciro falar de vereadores e facções, Baquit ironiza Câmara e critica ciristas no PDT

Deputado estadual disse a Antonio Henrique, ex-presidente da Câmara Municipal de Fortaleza e da ala cirista do PDT, que "tem algumas coisas que estão falando da Câmara aí que eu não quero nem saber"

Vice-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado estadual Osmar Baquit (PDT) afirmou ser incoerente a tese de que "quem perde vai para a oposição". O argumento tem sido defendido pela ala cirista do PDT, da qual fazem parte o próprio Ciro Gomes, o prefeito José Sarto, o ex-prefeito Roberto Cláudio e o atual dirigente partidário, o deputado federal André Figueiredo. Baquit ainda se dirigiu ao deputado estadual Antonio Henrique, adepto do PDT como oposição, e fez comentário vago e irônico sobre a Câmara Municipal de Fortaleza, que foi presidida pelo interlocutor. Baquit falou em meio à repercussão da fala de Ciro sobre vereadores de Fortaleza e facções criminosas (entenda aqui).

O assunto começou com Baquit falando que o ministro da Previdência Social do governo Lula é Carlos Lupi, do PDT, partido que lançou a candidatura presidencial de Ciro em 2022. Embora Ciro tenha sido derrotado, o maior líder da sigla trabalhista compõe a Esplanada dos Ministérios do governo do PT.

"O PDT está mostrando, na prática, que lá em Brasília ele pode ser Lula e PT, e aqui ele não pode", criticou Baquit. "Acordem, tem tempo, reconheçam que o Cid é a maior liderança", disse o deputado estadual sobre o senador e líder do grupo político que governa o Ceará, com o ministro Camilo Santana (Educação) e do governador Elmano de Freitas.

Sentado ao lado de Claudio Pinho (PDT), o deputado Antonio Henrique acompanhava a fala e, em seu final, tentou intervir, mas o microfone estava desligado. Baquit, então, respondeu: "Eu não sabia que tinha aparte sem microfone, não, mas tudo bem." Disse que concederia o aparte (oportunidade de o colega falar durante o pronunciamento de quem ocupa a tribuna), porque o "debate é bom". Não o fez porque o tempo dele se aproximava do fim.

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O vice-presidente da Casa disse que os dois são queridos, mas terminou com uma indireta a Henrique, Ciro Gomes e à Câmara Municipal de Fortaleza. "Vossa excelência foi presidente da Câmara por muito tempo e tem algumas coisas que estão falando da Câmara aí que eu não quero nem saber. Quero só encerrar dizendo ao meu querido Antonio Henrique, e eu quero bem ao Cláudio Pinho: se integrem à base do Elmano que dá tudo certo".

Em palestra na seccional cearense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), em 21 de junho, Ciro Gomes sugeriu que existem seis vereadores de Fortaleza "da turma", isto é, ligados ao crime organizado no Ceará. O ex-ministro disse que tem recebido essas informações em razão da possibilidade que ganhou de entrar em todos os territórios de Fortaleza sem pedir licença, como resultado dos serviços prestados à Capital.

"É assim, é trivial: ‘Isso aqui é da facção, essa aqui é da turma'", disse Ciro sobre o que tem escutado sobre os tais seis parlamentares. E adicionou: "Como é o nome mesmo, Gardel, que falam? Dizem assim, que tem seis vereadores que já são interessados. Estou provocando o presidente da Câmara aqui e ele jamais vai saber quem são".

Em entrevista ao O POVO, Baquit negou que tenha feito menção ao comentário de Ciro Gomes na OAB-CE. Afirmou que falava das dificuldades que envolvem a função de presidir um Parlamento. "Na realidade, é porque eu não completei a frase. Ele como ex-presidente da Câmara sabe que tem que arregimentar quem é oposição e quem é situação. Ele não queria todos apoiando ele como presidente da Câmara? (...) Não foi a Ciro não porque nessa parte aí eu não me envolvo, não."

Antonio Henrique e Cláudio Pinho respondem 

Os deputados estaduais Antônio Henrique e Cláudio Pinho afirmaram que a incoerência estava nas falas de quem ocupava a tribuna àquele momento. Henrique alegou que, se o assunto for ser ou não ser coerente, que o PT passe a apoiar Sarto na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), de modo a se padronizar a relação entre os partidos nos níveis federal, estadual e municipal.

Pinho afirma que os incoerentes são os cidistas, vez que não apoiaram Roberto Cláudio na disputa eleitoral e, agora, participam do governo Elmano, aquele que foi adversário direto de RC na disputa ao Palácio da Abolição.   

"Eu só não quero é ser chamado de incoerente, né? Como fui chamado hoje. Se eu que votei no partido e cumpri todas as regras", disse Pinho.

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