Vice de Valim diz que perdeu gabinete em Caucaia e reclama de corte no orçamento

Prefeito e vice são rompidos desde a eleição de 2022. Deuzinho Filho se diz vítima de "perseguição"

O vice-prefeito de Caucaia, Deuzinho Filho (União Brasil), diz ter sido expulso de seu gabinete na sede da administração pelo prefeito do município, Vitor Valim (sem partido). Segundo ele, além de ficar sem local para despachar, também teve o orçamento previsto para a pasta cortado.

O número dois de Caucaia conta que foi "educadamente" convidado a deixar o gabinete após o período eleitoral de 2022, quando os dois romperam relações politicamente. Valim fez parte da base governista que apoiou a candidatura de Elmano de Freitas (PT), enquanto Deuzinho foi aliado de Capitão Wagner (União Brasil) na disputa estadual. “Logo depois das eleições, o prefeito me chamou para uma conversa pedindo que eu saísse do prédio porque ele não se sentia confortável comigo lá. Estou agora na Casa de Projetos, tive que sair do gabinete”, disse ao O POVO.

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Segundo ele, houve um pedido para que ele tirasse os móveis e, em seguida, a sala foi desmanchada. “Foi destruída, tem as fotos (da sala) já vazia, pediram para eu tirar os móveis e eu tirei porque eu acho que é muito triste briga por espaço”, afirmou.

Deuzinho acredita que há uma “perseguição” e diz que, diante disso, o orçamento destinado para o gabinete do vice-prefeito foi diminuído. Originalmente, o valor foi definido em torno de R$ 3,4 milhões, conforme a Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2023. “Nós estamos reformulando com o novo valor porque fica lá no gabinete (do prefeito) o orçamento que foi lotado”, ressaltou.

E continua: “O que é mais lamentável é a gente não poder trabalhar onde fomos eleitos”. O agora presidente do União Brasil em Caucaia disse que vem sofrendo uma “retaliação” e que nomes ligados a ele estão sendo alvos de "caça" após o rompimento dos dois. "Essa birra, essa política, é prejudicial para a cidade. Uma questão política, cada pessoa tem direito de votar em quem quiser. Todas as pessoas ligadas a mim foram demitidas. Uma caça na gestão para quem é ligado a mim”, disse ainda.

Eleito com parte da oposição estadual, Valim se aproximou do Governo do Estado ainda na gestão de Camilo Santana (PT). Enquanto isso, Deuzinho continuou ligado a Capitão Wagner que, juntos, devem começar em maio o fortalecimento da legenda no município, com a defesa de uma candidatura própria da legenda. Valim deve se lançar como candidato à reeleição, após se filiar a uma nova legenda, possivelmente enfrentando seu vice na disputa eleitoral

Em março, Deuzinho se filiou ao União Brasil e logo foi anunciado como presidente municipal do diretório em Caucaia. Na época, a indicação gerou conflitos com os vereadores do União, a maior bancada na Câmara Municipal. Os parlamentares chegaram a assinar uma carta criticando a falta de "diálogo” na decisão.

O presidente municipal, no entanto, disse que a situação está “pacificada”. A legenda quer antecipar a movimentação no município e fazer um diálogo tanto com os novos filiados, que serão candidatos a vereador, quanto os parlamentares já eleitos. 

“Na primeira semana de maio, teremos uma reunião para apresentação da executiva municipal, mas já falei com a maioria por telefone. Está pacificada. Teremos um candidato nas próximas eleições, se (os vereadores) quiserem sair, mas quem quiser ficar tem que seguir como um partido de oposição”, avaliou. E segue: “Os vereadores que desejarem sair para outro local partidário, à vontade, não vamos dificultar”.

O POVO procurou a assessoria de comunicação do prefeito Vitor Valim sobre o tema. Caso haja retorno, a matéria será atualizada. 

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