EUA anunciam R$ 2,5 bilhões para o Fundo Amazônia em meio a crise diplomática

O valor inicial seria de 50 milhões de dólares, mas um comunicado oficial do governo norte-americano confirma o novo valor que será solicitado ao Congresso estadunidense. O anúncio acontece após desconforto diplomático envolvendo as falas do presidente Lula na China

O Governo Biden deve solicitar ao Congresso norte-americano um valor de US$ 500 milhões para o Fundo Amazônia (aproximadamente R$ 2,5 bilhões), a serem gastos durante cinco anos. O anúncio foi feito em comunicado oficial da Casa Branca, que também informa que no Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima (MEF), o presidente norte-americano irá incentivar novas potências a se juntarem ao Fundo. O MEF se reúne virtualmente nesta quinta-feira, 20

Entre os objetivos listados pelo comunicado para a reunião de hoje do MEF, estão o fim do desmatamento na Amazônia e outras florestas críticas, a diminuição das emissões de gás carbônico, buscar formas de diminuir poluentes de CO², como o metano, e fazer avanços no gerenciamento do carbono nas emissões que são inevitáveis.

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O valor original que os Estados Unidos prometeram após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país foi de US$ 50 milhões (R$ 253 milhões, aproximadamente). Segundo informações da Folha de S.Paulo, o valor teria decepcionado a diplomacia brasileira, que acreditava que o valor viria a subir. Já participam do Fundo Amazônia a Alemanha (contribuindo com R$ 192 milhões) e Noruega (com um investimento de R$ 3 bilhões).

O aumento acontece após um desconforto diplomático entre os Estados Unidos e o Brasil. Isso se deu pelas falas do presidente Lula sobre o envolvimento norte-americano na guerra entre Rússia e Ucrânia, quando da visita à China e aos Emirados Árabes. O petista chegou a dizer que os EUA e também a União Europeia são culpados pelo prolongamento do conflito. "A Europa e os Estados Unidos terminam dando contribuição para a continuidade dessa guerra”.

Análise: Lula repete Bolsonaro no caso da Rússia contra a Ucrânia?

O Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, e o Assessor Especial de Relações Internacionais do Brasil, Celso Amorim, discutiram ao telefone sobre as falas de Lula na China, a guerra na Ucrânia e o combate às mudanças climáticas. A ligação aconteceu na terça-feira, 18.

Segundo informações do G1, os primeiros cinco minutos da reunião foram de Jake Sullivan reclamando “educadamente, mas muito diretamente” das declarações do mandatário brasileiro na China. “É preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz. É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para que a gente possa convencer o Putin e o Zelensky de que a paz interessa a todo mundo”, disse o presidente Lula em uma das ocasiões.

Fundo Amazônia foi reativado este ano

O Fundo Amazônia foi criado em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula. Ele é uma forma de as potências internacionais destinarem recursos para ajudar o Brasil no combate ao desmatamento florestal. Ele foi reativado por um decreto no início mandato do petista, em 1º de janeiro de 2023.

A política havia sido paralisada durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em agosto de 2019. Na época, a direção do Fundo foi extinta, o que violou o acordo original sob o qual o fundo foi criado.

A política contribuiu para reduzir em cerca de 80% o desmatamento amazônico nos dois anos seguintes da administração petista, conforme as imagens observadas da cobertura florestal via satélite.

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