A pedido de Girão, comissão do Senado fará audiência com argentino que mentiu sobre urnas

A audiência pretende convidar também ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dentre eles Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, e políticos que, segundo Girão, estariam sendo censurados

A Comissão de Transparência, Fiscalização e Controle (CTFC) aprovou a realização de uma audiência pública sobre questões relacionadas ao processo eleitoral no Brasil. A audiência foi um pedido do senador cearense Eduardo Girão (Podemos), que pretende convidar o argentino Fernando Cerimedo, autor de um relatório com informações falsas sobre as urnas e que já foi desmentido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e considerado "irrelevante" pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

“Aprovamos audiência pública no Senado sobre denúncias na eleição de 2022. Semana que vem ouviremos juristas, PF, ministros de Estado, do STF (Sr.Moraes), servidor exonerado do TSE, especialistas Carlos Rocha e Cerimedo (Argentino)... Chega de segredismos na República!”, escreveu Girão no Twitter após a confirmação da audiência. O evento está marcado para a próxima quarta-feira, 30, às 9h30.

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— Eduardo Girão (@EduGiraoOficial) November 22, 2022

Fernando Cerimedo, responsável pelo canal argentino La Derecha Diário, questionou a lisura do pleito no Brasil em uma live que foi bastante difundida por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) para questionar a derrota eleitoral do atual presidente.

No vídeo, o argentino divulga um relatório com informações falsas. Cerimedo é ligado à família do presidente Jair Bolsonaro (PL). Dias antes do segundo turno, ele recebeu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em Buenos Aires. Dentre as alegações, diz que urnas de modelos anteriores ao de 2020 não foram auditadas, o que foi desmentido pelo TSE.

"Não é verdade que os modelos anteriores das urnas eletrônicas não passaram por procedimentos de auditoria e fiscalização. Os equipamentos antigos já estão em uso desde 2010 (para as urnas modelo 2009 e 2010) e todos foram utilizadas nas Eleições 2018. Nesse período, esses modelos de urna já foram submetidos a diversas análises e auditorias, tais como a Auditoria Especial do PSDB em 2015 e cinco edições do Teste Público de Segurança (2012, 2016, 2017, 2019 e 2021)", escreveu em nota o Tribunal.

Ainda de acordo com a Justiça Eleitoral, o software em uso nos equipamentos antigos é o mesmo dos equipamentos mais novos e testes foram feitos em todos os modelos, sem fragilidades encontradas. “Ressalta-se que todas as urnas são auditadas e elas são um hardware, ou seja, um aparelho. O que importa é o que roda dentro dela, ou seja, o programa, que ficou aberto por um ano para todas as entidades fiscalizadoras. O software da urna é único em todos os modelos, tendo sido divulgado, lacrado e assinado”.

Na justificativa para a audiência, reforçou-se a necessidade de "discutir a fiscalização das inserções de propagandas politicas eleitorais". Girão citou “indícios de falta de isonomia” e de “enorme desproporção” em inserções de propaganda no rádio durante o segundo turno das eleições presidenciais.

O encontro pretende convidar ainda ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dentre eles Alexandre de Moraes, atual presidente do TSE, e políticos que, segundo Girão, estariam sendo censurados pelo órgão eleitoral. O servidor exonerado do TSE, Alexandre Gomes Machado, que era responsável por inserções da propaganda eleitoral e era lotado no gabinete da Secretaria-Geral da Presidência do tribunal, também está na lista.

Com informações da Agência Senado.

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