Em artigo, Pedro Guimarães diz ser vítima de "massacre insano e inquisitorial"

O ex-presidente da Caixa diz que deve solicitar aos hotéis em que esteve como presidente da empresa todas suas imagens nas suas dependências, durante o tempo das hospedagens

O ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães publicou, nesta terça-feira, 5, um artigo na Folha de S. Paulo em que se defende das acusações de vários casos de assédio sexual na empresa. No texto, ele reclama do “massacre insano e inquisitorial” que ele e sua família estariam sofrendo.

“Eu quero sofrer a mais profunda devassa”, diz o título do texto, em que ele alega sua colaboração nas investigações. “Não é um texto de defesa. É um posicionamento de vida. E o assumo aqui, com todas as suas consequências, que, aliás, não as temo nenhuma, pois o que eu e minha família estamos sofrendo é algo que no futuro será lembrado apenas pelo que é: um massacre insano e inquisitorial. Por isso, eu quero sofrer a mais profunda devassa a que uma pessoa pode ser submetida”, afirma Guimarães.

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O executivo afirma que "poucas coisas podem ser piores do que a situação em que uma vida inteira de correção e honestidade se vê tomada pela sombra de acusações baseadas apenas na palavra de alguns". "No direito criminal, até mesmo a versão de um delator não vale nada se não vier acompanhada de provas materiais que a convalidem. Pois eu estarei agora na linha de frente para travar o bom combate, a luta pela verdade", completa.

Pedro diz que deve solicitar aos hotéis em que esteve como presidente da Caixa Econômica Federal todas suas imagens nas suas dependências, durante o tempo das hospedagens. "Será que um assediador serial pediria ou permitiria a divulgação de conteúdos como esse? Claro que não. Pelo simples motivo de que o que se falou contra mim não é o que as provas demonstrarão", questiona os leitores. 

No pedido, segundo Guimarães, deve constar imagens de todas as câmeras, da presidência, dos corredores, elevadores e garagens. "Esse acervo todo eu quero ver exposto! E quero ver se há em todas essas horas um segundo sequer de comportamento impróprio, um ato atentatório contra uma única mulher", diz. Logo depois, ele completa com o texto: 

"Se não houver, o que dizer? Que eu era um abusador-serial-randômico? Que justamente nas horas e horas de gravações disponíveis, e feitas antes de eu sequer saber que poderia ser vítima de um asqueroso estratagema, eu mantinha um comportamento exemplar fictício? Ou será que o mais plausível não é a verdade:? Que as falas contra mim são mentiras e os fatos irão demonstrá-las.

Irei solicitar e submeter todos os meus e-mails à perícia por especialistas independentes: quantos assédios eles contêm? Quantas advertências recebi para que não me comportasse de maneira errada? Suponhamos que não haja um registro sequer de irregularidade. Que assediador serial é esse que, durante quase quatro anos, não digitou nada, não recebeu mensagem alguma de suas vítimas, não mandou nem recebeu áudio de assédio algum? Ou será que tudo não passou do que é: nada!"

O ex-presidente da Caixa é alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Tribunal de Contas da União (TCU) após o vazamento de várias denúncias de funcionárias do banco contra ele por assédio sexual e moral. Após o episódio, o executivo pediu demissão na semana passada, mas nega as acusações.

A esposa do empresário, Manuella Guimarães, publicou uma foto ao lado do marido em uma rede social nesta segunda-feira, 4, e escreveu que as denúncias de assédio sexual e moral contra o executivo são "ataques deliberados e impiedosos" para "destruir" a sua família.

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