"Não vou perder tempo debatendo cenário nacional", diz Wagner, apoiado por Bolsonaro

Apesar do crescente acirramento na disputa nacional, Capitão Wagner diz que focará debate em problemas do Ceará e acusa adversários de tentarem "fugir" do tema

Principal pré-candidato da oposição ao Governo do Ceará nas pesquisas, Capitão Wagner (UB) comandou neste sábado, 25, evento regional do União Brasil em Mombaça, no Sertão Central. Apesar do clima cada vez mais acirrado em torno da disputa presidencial deste ano, o deputado minimizou o tema e disse que focará a campanha em questões do Estado.

“Como é que eu vou discutir e debater o cenário nacional se tem 61% dos cearenses vivendo na extrema pobreza? Se tem 700 mil jovens que não estudam e nem trabalham? Se tem uma violência crescente?”, questionou Wagner. “O que quero debater é os problemas do Ceará, não vou perder tempo debatendo cenário nacional”, afirma.

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A fala, feita diante de uma plateia com diversos políticos da base de Jair Bolsonaro (PL) no Ceará – como o deputado Delegado Cavalcante (PL) – antecipa parte da estratégia da campanha de Wagner para 2022. Apesar de ter recebido sinalizações de apoio do presidente em diversas ocasiões, o UB deve tentar desvincular a imagem do pré-candidato com o presidente, mal avaliado no Ceará, principalmente no Interior.

No evento deste sábado, Capitão Wagner inclusive comentou a estratégia do bloco governista do Ceará, que o associa a Bolsonaro tentando “colar” a rejeição local ao presidente. “Quero debater os problemas do Estado. Eles querem fugir desse debate porque eles estão aí no governo há 36 anos, e não resolveram nenhum desses problemas”.

Em discurso no encontro, Wagner relatou uma série de reclamações e apelos que vem recebendo nos últimos meses em viagens pelo Estado, a maioria retratando problemas na prestação de serviços públicos de saúde ou casos de insegurança. Ele também voltou a criticar a carga tributária do Estado, um dos principais motes recentes da pré-campanha.

"Eles estão dizendo que se reduzirem os impostos da energia elétrica, dos combustíveis e das comunicações vão ter prejuízo, mas o Governo do Estado fechou 31 de dezembro de 2021 com R$ 11 bilhões e 200 milhões nos cofres", disse, criticando ainda gastos que ele classifica como supérfluos, como na reforma em R$ 36 milhões da praça no entorno do Palácio da Abolição, sede oficial do Governo do Ceará.

No evento, Wagner reuniu uma série de lideranças do Estado que apoiam sua candidatura, como o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (UB) e o deputado federal Moses Rodrigues (UB). Filiado ao MDB – um dos partidos que o pré-candidato tenta “puxar” para sua base –, o prefeito de Mombaça, Orlando Filho, também foi uma das "estrelas" do evento, sendo muito elogiado por Wagner em seu discurso.

A agenda de encontros do União Brasil continua no próximo dia 2 de julho, com evento no município de Santa Quitéria.

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