"Se a PF prendeu, tem motivo", diz Bolsonaro sobre prisão de Milton Ribeiro

Em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro disse que botaria "a cara no fogo" pelo ex-ministro, exonerado após suspeitas de tráfico de influência e por supostamente facilitar a liberação de recursos do MEC a pastores e igrejas.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, na manhã quarta-feira, 22, a operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. O chefe do Planalto defendeu que o pastor, investigado por tráfico de influência e corrupção na gestão dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), deve responder pelos seus atos. 

"Nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal de que a Polícia Federal está agindo. Ele responda pelos atos dele. É um sinal de que eu não interfiro na PF. Se prendeu, tem um motivo. Se alguém faz algo de errado, vai botar a culpa em mim?", disse o presidente, em entrevista à Rádio Itatiaia, em Minais Gerais. Bolsonaro alegou que seu ministro promovia "conversa informal demais com pessoas da confiança dele" e que a corrupção "é zero" na sua gestão. 

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— Jogo Político (@jogopolitico) June 22, 2022

Ao todo, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e cinco de prisão em Goiás, São Paulo, Pará e no Distrito Federal. Também foram presos os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, apontados como lobistas que atuavam no MEC.

Milton assumiu o Ministério da Educação em julho de 2021, após Abraham Weintraub deixar de chefiar da pasta. Temporariamente, a gestão ainda ficou a cargo do secretário-executivo, Antonio Paulo Vogel. Antes de Ribeiro, o presidente Jair chegou a nomear o economista Carlos Alberto Decotelli para assumir o MEC. Decotelli não chegou a tomar posse, e a nomeação foi revogada depois de virem à público inconsistências em seu currículo.

Contradição

Em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro aceitou o pedido de exoneração de Milton Ribeiro do MEC. O pastor deixou o cargo para se dedicar à sua defesa em relação às suspeitas de tráfico de influência e por supostamente facilitar a liberação de recursos do MEC a pastores e igrejas. 

Dias antes de demiti-lo, Bolsonaro disse que botaria "a cara no fogo" por Ribeiro. Entretanto, diante das revelações, o gestor perdeu o apoio até mesmo de integrantes da bancada evangélica no Congresso.

 

 

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