Corpos de jornalista e indigenista são encontrados, diz mulher de britânico

A informação não é confirmada ainda pelas autoridades brasileiras

Atualizada em 14/6, às 20h20min

Os corpos do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, que desapareceram no domingo, 5 de junho, no Amazonas, teriam sido encontrados mortos, segundo informou a mulher de Phillips ao jornalista André Trigueiro, da TV Globo. Porém, a Polícia Federal negou a informação. O presidente Jair Bolsonaro (PL) relatou que foram encontradas "vísceras humanas" nas buscas. O ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que a busca pelo paradeiro do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips prosseguirá até se "esgotarem todas as possibilidades".

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O embaixador do Brasil no Reino Unido, Fred Arruda, pediu desculpas à família de Dom Phillips nesta terça-feira, 14, depois de a embaixada informar que o corpo do jornalista havia sido encontrado junto ao do indigenista Bruno Pereira, na Amazônia. Ambos seguem desaparecidos há mais de uma semana. A retratação foi noticiada pelo jornal britânico The Guardian.

Neste domingo, 12, foram encontrados objetos pessoais dos dois desaparecidos, submersos perto da casa do único detido até agora no caso, Amarildo da Costa Oliveira. Foram achados um cartão de saúde em nome de Bruno Pereira, uma calça preta, chinelo e um par de botas de Bruno, além de um par de botas e uma mochila pertencentes a Dom Phillips.

 

Phillips, de 57 anos, e Pereira, de 41 anos, viajavam juntos de barco pela região do Vale do Javari, uma área remota no extremo oeste do estado do Amazonas, realizando entrevistas para um livro sobre preservação ambiental.

Eles foram vistos pela última vez na manhã de domingo, 5, na comunidade de São Gabriel, não muito longe de seu destino, a cidade de Atalaia do Norte.

Testemunhas disseram que viram o pescador Amarildo Oliveira, de 41 anos, passar de lancha em alta velocidade na mesma direção que Phillips e Pereira, pouco antes do desaparecimento.

Phillips, de 57 anos, é colaborador do jornal britânico The Guardian e trabalhava no Brasil há 15 anos. Apaixonado pela Amazônia, onde escreveu dezenas de reportagens, o jornalista estava na região há vários dias trabalhando em um livro sobre preservação ambiental e desenvolvimento local, com apoio da fundação Alicia Patterson.

Pereira, de 41 anos, é um especialista da Fundação Nacional do Índio (Funai) e um conhecido defensor dos direitos indígenas. Foi coordenador regional da Funai em Atalaia do Norte, município onde viajava com Phillips quando desapareceram. O trabalho dele em defesa dos povos indígenas lhe rendeu ameaças regulares.

Eles haviam viajado até a região de Lago do Jaburu e deveriam retornar à cidade de Atalaia do Norte, a cerca de duas horas de barco. Pereira acompanhava o jornalista britânico como guia, na segunda viagem da dupla por esta região isolada da Amazônia desde 2018.

O jornalista e especialista indígena desapareceram no Vale de Javari, uma área densa da selva amazônica onde vivem 26 povos indígenas, muitos deles isolados. As autoridades alertaram para a "complexidade" da área, devido ao fato de que ali operam garimpeiros, madeireiros e pescadores ilegais.

Além disso, o tráfico de drogas tem uma presença cada vez maior nos últimos anos, utilizando a região como um importante corredor para o transporte de drogas produzidas no Peru e na Colômbia, países que fazem fronteira com a região. Atalia do Norte, uma pequena cidade de 20 mil habitantes, está comovida pelo desaparecimento.

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