CPI: associação perdeu quase mil membros por se negar a participar de motim, diz presidente

Em depoimento para a CPI do Motim, o militar disse que, na época, a instituição continuou as atividades, mas manifestou pública contrariedade ao movimento de PMs

O sargento Clébio Eliziano Queiroz, presidente da Associação das Praças do Estado do Ceará (Aspra-CE), afirmou, nesta terça-feira, 26, que a instituição a qual dirige perdeu quase mil associados após se negar a participar do motim de policiais militares em 2020. Em depoimento para a CPI do Motim, o militar disse ao colegiado que, na época, a instituição continuou as atividades, mas manifestou pública contrariedade ao movimento de PMs que seguiu após as negociações entre a categoria e o Governo do Ceará.

Questionado pelo relator, deputado Elmano de Freitas (PT), sobre a eventual participação da Aspra no movimento, Clébio respondeu: "Nós não participamos, não financiamos, não nos afastamos". Ele disse ter sido contrário ao motim: "Na realidade houve uma negociação em que nós participamos. Haja vista que o acordo, ele não foi satisfatório, mas houve a oportunidade de nós explanamos as demandas dos nossos associados e ficou muita coisa ainda que precisa ser discutida".

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A posição, no entanto, sofreu resistências e uma consequente perda de associados, conforme relatou. "Foram inúmeras mensagens criticando a associação. Nós respeitamos a opinião do associado, mas nós perdemos muitos associados. Cerca de quase mil associados, e nós sabíamos o que estavam passando, mas a associação, uma das mais antigas do nosso Estado, a gente sempre conversando com a nossa diretoria e acompanhando e a disposição da Justiça", disse o depoente.

O dirigente da Aspra disse ainda ter recebido orientação jurídica devido ao grande número de antigos associados da instituição preocupados com o envolvimento no motim. Ele disse ter promovido conversas com associados para explicar a questão após ter ficado preocupado com a eventual participação de algum integrante.

"Ficamos preocupados. Nós nos reunimos, conversamos, mostramos que já se tinha sido afirmado um acordo, preocupado com a nossa carreira policial militar e orientação do nosso jurídico, tanto o doutor Felipe d'Avila, como o doutor Messias que aqui se encontra, doutor Pedro de Freitas. Nós não participamos e continuamos nosso trabalho. Prova é que a Aspra não parou. Só tudo que parou foi o nosso clube, mas nós continuamos atendendo ao associado de segunda a sexta na sede da associação aqui em Fortaleza e também no interior do Estado.

O requerimento para depoimento de Clébio foi apresentado pelo deputado Soldado Noélio (UB), crítico da condução da CPI. Na última semana semana passada, a comissão ouviu o ex-diretor da Associação dos Profissionais da Segurança (APS) do Ceará, Elton Regis do Nascimento, e o policial, Rêmulo Silva. 

A CPI também já colheu os depoimentos de Cleyber Barbosa Araújo, presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), e do vereador de Fortaleza Sargento Reginauro (UB), ex-presidente da entidade. Instalada em agosto do ano passado, a CPI investiga a participação das associações militares na paralisação de parte da PM em 2020 e em 2012 no Ceará. O movimento levou a paralisações e tomada de quartéis pelo Ceará.

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