Zé Airton diz que PT abrir mão de candidato ao governo do Ceará seria "suicídio político"

O deputado disse lamentar a posição "de subserviência de alguns companheiros do PT" de querer tornar o partido o que chamou de "sobralização do PT Ceará"

O deputado federal José Airton Cirilo (PT) voltou a defender, nesta quarta-feira, 29, um maior papel de protagonismo do Partido dos Trabalhadores no Ceará para as eleições de 2022, diante do cenário de aliança com o PDT. Segundo o parlamentar, o debate sobre a posição da legenda em torno das composições eleitorais deve ser iniciado em 29 de janeiro. Porém, o petista já deixou claro que defende a necessidade de uma sublevação partidária que reivindique maior participação nos quadros da política cearense. 

O parlamentar foi questionado sobre a fala do deputado estadual Acrísio Sena (PT) ao Jogo Político desta terça-feira, 28. Na ocasião, o petista defendeu que a discussão se centra na decisão de Ciro Gomes (PDT) sobre disputar o Palácio do Planalto contra o ex-presidente Lula (PT). Em uma eventual desistência do pedetista, "restará ao PDT duas alternativas, ou engrossar uma candidatura unificada ao centro ou vir para esse campo mais de centro-esquerda, capitaneado pelo Lula", disse. 

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"Não é aliança, porque aliança eu defendo, também desde que o PT permaneça como protagonista. Eu defendo que o PDT permaneça na vice, porque minha posição é clara, não é normal um partido do PT, que tem candidato a presidente da República, que tem um projeto de poder, abrir mão do seu protagonismo", destacou Zé Airton. 

Airton defende que a estratégia de uma aliança aconteceu no passado, quando o PT estava numa grande crise do mensalão e a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) estava na gestão e queria sua reeleição. "Foi feito um acordo para apoiar o Cid em 2016, e mesmo assim fui contra essa posição, mas fui derrotado, acatei, o Cid foi reeleito, e agora o PT que não tem nem a Prefeitura de Fortaleza, não tem nem um senador.

"O PT abrir mão numa possível aliança como PDT para se contentar com uma possível candidatura do Camilo e abrir mão da cabeça de chapa de um projeto nacional que nós temos eu acho um tremendo suicídio político. Acho que, na verdade, alguns parlamentares e alguns dirigentes estão fazendo isso para agradar o governador Camilo e não para defender os interesses do Partido dos Trabalhadores", continuou o parlamentar. 

No Ceará, o deputado destaca que o PT assume um papel de coadjuvante, mesmo na condição de Camilo sendo governador do Estado. "O PT tinha 34 prefeituras, baixou para 17, o PT tinha seis deputados estaduais, baixou para quatro, o PT tinha quatro deputados federais, baixou para 3. Somos hoje a quarta ou quinta força política no estado, então eu sou radicalmente contrário a essa questão e evidentemente que nós não aceitamos alguns nomes que estão colocados aí do PDT", afirma. 

Atualmente, o parlamentar e a deputada Luizianne Lins são os componentes petistas que resistem à manutenção de uma aliança com o PDT, principalmente na tese de uma possível candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ou do senador Cid Gomes ao governo do Estado. "Não tem essa de mesmo o PT fazendo aliança, em uma tese dessa, que é aceitar nomes do PDT que não tenham diálogo e acordo político conosco para que a gente possa apoiar", ressalta Airton. 

Posição contrária é defendida pelo deputado federal José Guimarães (PT), entusiasta da manutenção da aliança PT-PDT em cenários mais amplos. Um cenário de diálogo também é defendido por Camilo Santana, prestes a tentar uma candidatura ao Senado Federal. 

Zé Artion diz ainda lamentar a posição "de subserviência de alguns companheiros do PT" de querer tornar o partido o que chama de "sobralização do PT Ceará". "Com todo respeito aos companheiro de Sobral, o PT de Sobral não passa de um coadjuvante. Não é esse o papel que eu particularmente como fundador do PT, militante histórico, candidato a governador duas vezes, pretendo para meu partido", disse. Ele afirma que deve agir para defender uma sublevação da base partidária para se contrapor ao que considera ser um "entreguismo suicida do PT". 

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