Ida de Bolsonaro ao PL provoca mudança de partido para ao menos 40 deputados, diz jornal

O PL, atualmente com 43 deputados, deve receber em torno de 20 parlamentares bolsonaristas que ainda estão no PSL — ultrapassando o PT (53 deputados) e, eventualmente, até mesmo o futuro União Brasil

A ida do presidente Jair Bolsonaro ao PL acarretará em diversas trocas de legendas por parlamentares na última janela partidária antes das eleições de 2022, entre 3 de março e 1º de abril. Segundo o jornal O Globo, líderes partidários calculam que ao menos 40 parlamentares já estejam preparados para trocar de sigla, podendo o número ser maior.

No grupo, estão deputados que deixarão o partido por incompatibilidade com Bolsonaro, o ingresso da bancada bolsonarista hoje abrigada no PSL, e outros rearranjos na antiga sigla de Bolsonaro, em processo de fusão com o DEM.

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Segundo a reportagem, o PL, atualmente com 43 deputados, deve receber em torno de 20 deputados bolsonaristas que ainda estão no PSL — ultrapassando o PT (53 deputados) e, eventualmente, até mesmo o futuro União Brasil, que surgirá da fusão entre o PSL (55 deputados antes da debandada bolsonarista) e o DEM (27).

A recepção ao presidente  também provocará, em efeito inverso, uma saída de parlamentares do PL. O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), e Cristiano Vale (PA) já anunciaram a partida. Sem esperar a janela, Ramos já ingressou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma ação pedindo o direito de se desfiliar já, sem perder o mandato, alegando “mudanças de rumo” do partido.

O pedido foi aceito pelo ministro Luís Roberto Barroso, que levou em conta uma carta assinada pelo presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, afirmando que a permanência se tornou “insustentável”.

Já Cristiano Vale, futuro desfiliado do PP, é aliado do governador do Pará, Hélder Barbalho (MDB), opositor de Bolsonaro. A proximidade de deputados com rivais do presidente pode fazer aumentar a debandada do PL. É o caso, por exemplo, de Júnior Mano (CE), aliado do ex-governador cearense Cid Gomes (PDT), e de Fabio Abreu (PI), ex-secretário do governador Wellington Dias (PT). Edio Lopes (RR) e Fernando Rodolfo (PE) podem aumentar a barca.

Uma grande migração ao PL, porém, deve ser maior. Desde a eleição do presidente, a ala bolsonarista do PSL aguardava desde 2019 uma sinalização. Neste ano, Bolsonaro rompeu com o líder da legenda, Luciano Bivar (PE), por causa da disputa pelo controle do partido e de seus milionários fundos eleitoral e partidário.

Recentemente, o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) publicou uma foto ao lado de Valdemar Costa Neto e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, cotado para concorrer ao governo de São Paulo. Na legenda, o parlamentar escreveu que estava “acertando os detalhes da nossa ida” ao PL.

Segundo o parlamentar, a ala mais fiel a Bolsonaro no PSL tem hoje entre 26 e 29 deputados federais, entre eles o próprio filho do presidente, Eduardo Bolsonaro(SP), Major Vitor Hugo (GO), Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF).

No DEM, os deputados aliados do pastor Silas Malafaia, que é próximo do presidente, também devem migrar para o PL. Um deles é Sóstenes Cavalcante (RJ), que deve presidir a Frente Parlamentar Evangélica no próximo ano. 

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