De "traidor" a "anticristão": Sérgio Moro vira alvo dos filhos de Bolsonaro

Segundo reportagem do UOL, as críticas vêm em meio aos boatos de que Moro pode dividir votos com Bolsonaro no campo da direita

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados buscam cada vez mais se movimentar nos bastidores com o objetivo de estancar o crescimento de popularidade do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos). Segundo reportagem do UOL, a criticada  "chapa lavajatista" tem sido alvo da articulação organizada pelos filhos do presidente.

O papel de uma ofensiva mais constante contra Moro e seus potenciais aliados —grupo que inclui Deltan Dallagnol — foi atribuído desde o começo a Carlos (vereador do Rio pelo Republicanos), Eduardo (deputado federal pelo PSL-SP) e Flávio (senador pelo PL-RJ). Nas redes sociais, eles vêm se esforçando para associar o ex-juiz à figura de "traidor", "ingrato" e "anticristão", além da tese de que o pré-candidato teria agido supostamente para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Em meio aos boatos de que Moro deve dividir votos com Bolsonaro no campo da direita, o grupo de parlamentares, em especial Carlos Bolsonaro, influente no chamado "gabinete do ódio", foi escalado para tentar "conter" o crescimento do ex-ministro em meio ao eleitorado predominantemente bolsonaristas.

Em outubro, no seu canal no Telegram, o vereador publicou mensagens críticas a Moro. No mês seguinte, o filho do presidente compartilhou vídeos de youtubers bolsonaristas que, na visão dele, falariam a "verdade" sobre o ex-ministro da Justiça. Ele novamente tentou associar Moro a Lula, referindo aos dois como "Lulinha e Serginho".

Na mesma rede social, Flávio Bolsonaro tem tentado colar em Moro a pecha de "traidor". O filiado ao Podemos chegou a ser ministro da Justiça de Bolsonaro, mas deixou o cargo em abril de 2020 depois de, segundo ele, recusar-se a lidar com suposta tentativa de interferência do presidente no comando da Polícia Federal.

Em novembro, o senador divulgou um vídeo que mostra relatos de apoiadoras de Moro que supostamente "passaram meses acampadas em frente à Justiça Federal de Curitiba", "enfrentando sol, chuva e o ódio de petistas". "Assista até o fim e conheça o verdadeiro Sérgio Moro: traição e ingratidão!", escreveu o parlamentar. 

Em canais bolsonaristas, Flávio escreveu a seguinte mensagem: "Moro anticristão". O intuito foi lembrar e reforçar o pensamento de uma comentarista que, no vídeo em questão, relacionou trecho do discurso de estreia de Moro na política ("as pessoas acima de tudo") a suposto plágio do slogan de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018 ("Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"). 

Em ação mais ostensiva, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) reproduziu no começo de novembro uma informação sobre o depoimento do pai à Polícia Federal. No dia, o chefe do Executivo afirmou que Moro, como seu ministro da Justiça, não demonstrava empenho para tentar solucionar o "caso Adélio". Adélio Bispo foi autor do atentado a faca contra Bolsonaro, na campanha presidencial de 2018.

 

 

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