"É insuportável não ter liberdade e viver sem democracia", diz Marieta Severo
Ela participou do programa Altas Horas, que também contou com a presença da atriz Juliana Paes, criticada recentemente nas redes sociais por sair em defesa da médica Nise Yamaguchi, que depôs na CPI da Covid, e falar em "delírios comunistas"
A atriz Marieta Severo participou do programa Altas Horas, da TV Globo, no último sábado, 25, e comentou o período em que precisou ficar exilada na Itália durante a ditadura militar brasileira. A atriz, à época casada com o músico Chico Buarque, contou que a decisão de permanecer na Europa veio após notícias das prisões de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
"Recebemos o recado de que se o Chico (Buarque) voltasse ele seria preso. Eu estava com o barrigão (grávida). Aí a gente falou, não vamos voltar. Silvinha nasceu na Itália por isso. Por causa desse período tenebroso que alguns clamam de volta, mas eu com a minha experiência digo que não há nada pior. É insuportável viver sem liberdade e democracia".
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A grande Marieta Severo explicando no #AltasHoras que ficou 10 anos sem fazer TV durante a ditadura pois ñ achava justo atuar eqto seu então marido, Chico Buarque, era censurado. Ele e ela, grávida, saíram do p/ o exílio na em Jan/69. “É insuportável viver sem democracia” pic.twitter.com/tmFpdVPDzI
Ao ser perguntada sobre o período em que ficou sem fazer TV, Marieta disse que chegou a ficar cerca de dez anos longe da plataforma por conta da ditadura. “Isso foi há muito tempo, na época da ditadura, que a gente espera que não volte nada semelhante. E existia uma censura e uma impossibilidade de Chico (Buarque) se apresentar na TV e eu achava que não era justo me apresentar enquanto ele era censurado. Então foi por isso”, contou.
Marieta aproveitou ainda para desejar um ano mais calmo aos brasileiros. “Que o ano que vai entrar seja o ano onde nós brasileiros possamos lidar com coisas mais alegres, positivas, construtivas. Sem esse discurso de violência, de arma, de ódio, de estímulo à briga. A gente não é assim, a gente não quer ser assim e nós não seremos assim no ano que vem”, disse a atriz ao encerrar sua participação.
O programa também contou com a presença da atriz Juliana Paes, criticada recentemente nas redes sociais por sair em defesa da médica Nise Yamaguchi, que depôs na CPI da Covid em junho deste ano. Após o ocorrido, Paes afirmou não ser apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, nem da extrema esquerda que, segundo ela, padece de "delírios comunistas".