Arcebispo pede 'forcinha' a Jesus para vacinação de crianças

A fala ocorre em meio a campanha do governo Jair Bolsonaro (PL) que tenta questionar a vacinação de crianças contra a doença no País

O arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, pediu nesta sexta-feira, 24, que o menino Jesus “faça uma forcinha” para que a vacinação de crianças no Brasil contra a Covid-19 comece “o quanto antes”. A fala ocorre em meio a campanha do governo Jair Bolsonaro (PL) que tenta questionar a vacinação de crianças contra a doença no País.

“E menino Jesus, faça uma ‘forcinha’ para que a vacina das crianças do Brasil chegue o quanto antes. Um grande presente de Natal: a saúde de nossos filhos crianças e netos”, disse o arcebispo durante a celebração Missa do Galo, realizada no Santuário Nacional de Aparecida (SP) na véspera do dia de Natal.

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"Nesta noite, olhando nos olhos do Menino Jesus, nós dizemos: console tantas crianças que perderam os avós, o pai e a mãe nesta pandemia. Menino Jesus, consola esses órfãos que são 14 mil no Brasil. Menino Jesus, quantas crianças vítimas da bala perdida; traga-nos a paz”, continuou Orlando Brandes.

Atualmente, o Ministério da Saúde tem realizado uma consulta pública sobre a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. O movimento é criticado por priorizar vozes leigas sobre o assunto e é acusado de tentar criar dificuldades para a vacinação de crianças. Na sexta-feira, o próprio Bolsonaro questionou a necessidade da vacinação emergencial.

“Uma pergunta: está morrendo criança de 5 a 11 anos que justifique algo emergencial? Está vendo como é duro discutir? É pai que decide, em primeiro lugar. Eu não quero determinar nada para a saúde”, disse o presidente ao Estado de São Paulo, logo após dizer que “não está havendo morte de criança que justifique algo emergencial”, disse.

A fala do presidente segue a mesma lógica de declarações recentes do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Na última quarta-feira, 22, ele chegou a afirmar que óbitos de crianças “estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”. A fala foi criticada por sugerir um “patamar aceitável” para mortes de crianças pela Covid-19.

Segundo dados do próprio Ministério da Saúde, uma criança criança morre no Brasil a cada dois dias vítima da Covid. Para especialistas, a melhor maneira de reduzir o índice e evitar a disseminação da doença é o avanço da campanha de vacinação.

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