Congresso se articula para derrubar veto de Bolsonaro e manter fundão eleitoral em R$ 5,7 bilhões

Fazem parte das negociações políticos da base governista, independentes e de oposição ao governo de Jair Bolsonaro

Diferentes blocos políticos que compõem o Congresso Nacional se articulam nesta sexta-feira, 17, para derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL), e manter a quantia definida pela Casa, de 5,7 bilhões, para o fundo eleitoral em 2022. O montante é muito maior que o estipulado para financiar as campanhas eleitorais do ano passado, que custaram cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Bolsonaro vetou, em agosto, o valor definido pelo Congresso. Contudo, no cenário atual em que está filiado ao PL, se beneficiaria da derrubada de seu próprio veto. A sigla do Centrão ocupou a 8ª colocação no ranking das legendas que mais receberam dinheiro na campanha de 2018 e, agora, se soma às negociações favoráveis à ampliação da quantia.

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Além da própria base governista, outros campos políticos também se articulam para derrubar o veto presidencial, como parlamentares ligados à oposição a Bolsonaro e independentes. O argumento dos partidos políticos para o aumento do fundo eleitoral defende que a eleição de 2022 demanda mais dinheiro, pois há um número maior de candidatos.

Enquanto isso, uma vertente de apoiadores do governo bolsonarista se mantém contra o uso do dinheiro público para o fundão. A base ideológica afirma que o chefe do Executivo deve sinalizar oposição à ampliação do valor, e alguns governistas sustentam que a manutenção do veto pode possibilitar a Bolsonaro um discurso que culpabilize o Congresso pela quantia recorde direcionada às campanhas.

Em contrapartida, os correligionários e membros do Centrão, atual reduto da base do governo após a liberação de emendas e cargos, defendem que o ex-capitão precisa garantir o financiamento para a próxima eleição.


Veto presidencial

O veto de Bolsonaro ao valor de R$ 5,7 bilhões já era esperado, e após essa decisão, o mandatário encaminhou o projeto de Orçamento de 2022, estabelecendo R$ 2,1 bilhões para o fundo eleitoral. Quantia defendida pelo ministro da Economia Paulo Guedes.

Em julho, o presidente já havia classificado o valor do fundão como "astronômico". "Mais R$ 6 bilhões para fazer campanha eleitoral. Imagine na mão do ministro Tarcísio (de Freitas) o que poderia ser feito com esse dinheiro…[...] Se esse recurso vai para a mão do [ministro] Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, você pode concluir as obras de água para o Nordeste”, disse o mandatário.

Porém, o patamar abaixo do esperado por senadores e deputados desagradou Congresso. Os caciques partidários da Casa mantiveram a insistência no valor que beira os R$ 6 bilhões, e que foi aprovado previamente na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022.

Além de argumentarem que o número de candidatos tornará a campanha do ano que vem mais robusta, os dirigentes de partidos defendem que parte do fundão, caso ampliado, também será bancado com emendas parlamentares.

A estratégia anteriormente traçada pelo governo era convencer o Congresso a aceitar um valor médio, cerca de R$ 4 bilhões. Contudo, a tendência, conforme lideranças, é que a articulação dos blocos políticos culmine na derrubada total do veto, confirmando o valor de R$ 5,7 bilhões.

 

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