Delegados críticos de Bolsonaro negam que operação da PF contra Ciro tenha sido política

A realização de operações contra fatos que ocorreram há bastante não é novidade e sempre serão deflagradas, argumentam os delegados. As medidas, inclusive, passam pelo aval do Judiciário

Delegados críticos do presidente Jair Bolsonaro (PL) e da atual gestão da PF ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo consideraram "praticamente zero" uma eventual interferência ou pedido do mandatário na operação que realizou buscas em endereços de Ciro e Cid Gomes. Eles defendem que, desde sempre, a classe política formula e busca teorias da conspiração para justificar investigações que sofrem, estratégia facilitada sob o governo Bolsonaro. 

Segundo o jornal, a investigação sobre fatos ocorridos de 2010 a 2013, em relação às obras do Castelão, foi iniciada em 2017 e vem sendo conduzida por um delegado cearense que possui autonomia para prosseguir com suas apurações. A realização de operações sobre fatos que ocorreram há bastante também não é novidade e sempre serão deflagradas, argumentam os delegados. As medidas, inclusive, passam pelo aval do Judiciário. 

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A inexistência de uma interferência, porém, não descarta possibilidade de ter havido excesso ou de o caso ser frágil, com poucos indícios para sustentar uma busca. Nesta quinta-feira, 16, a cúpula da PF, por exemplo, considerou a ação como lava-jatista. Eles defendem que a ação foi midiática após integrantes da corporação optarem por diligências mais ostensivas ao invés de outras mais brandas. 

Ainda ontem, membros da direção da polícia criticaram a cronologia da ação e avaliam que o caso poderia trazer desgaste à imagem da PF. A avaliação acarretou no veto do pedido para realização de entrevista coletiva que seria realizada no Ceará sobre a operação.

Apesar disso, no entanto, as declarações de Ciro Gomes foram consideradas oportunistas dentro da polícia. O pré-candidato culpou o "estado policial" de Bolsonaro por ter sido alvo de buscas.

Especialistas ouvidos pela Folha lembraram que o presidente da República foi intimado nesta semana a depor no inquérito de fake news e, há alguns dias, Josimar Maranhãozinho (PL-MA) sofreu buscas logo após Bolsonaro se filiar à sigla de Valdemar Costa Neto.

Investigadores ouvidos pelo jornal defendem que, para avaliar a eficácia da operação contra os pedetista, ainda é necessário aguardar os desdobramentos das medidas cumpridas nesta quarta.  Na PF, alguns defendem maior cautela dos delegados em pesquisar e considerar melhor o cenário político e social em que a investida adentrou e quais impactos políticos tal decisão acarretará.


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