Moro acusa Camilo de "romper todas as pontes" com PMs durante motim: "Fez críticas muito severas"

O ex-ministro reforçou a ilegalidade da manifestação e disse que um emissário do Ministério da Justiça conseguiu mobilizar a categoria a voltar para o trabalho

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos) acusou, nesta segunda-feira, 6, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), de faltar com o diálogo com os policiais militares durante o motim da categoria em 2020. Em entrevista para a rádio O POVO CBN, o pré-candidato à Presidência da República afirmou que o petista fez críticas muito severas aos PMs, chegando ao ponto de romper com todas as pontes que existiam entre o governo do estado e a categoria.

"Tinha uma crise de segurança, os policiais militares estavam lá em paralisação. A gente valoriza muito os policiais, mas qualquer greve ela é fora da lei, porque deixa as pessoas desprotegidas. Mas tinha um clima aqui dentro do estado, o governador fez críticas muito severas aos policiais, e ele rompeu toda as pontes que tinha entre o governo do estado e os policiais", afirmou Moro. 

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Segundo o ex-juiz, à época, o Ministério da Justiça disse que enviou tropas da Força Nacional para proteger as pessoas, a ponto de mobilizar uma ação fundada na Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Porém, Moro disse que, apesar do aparato técnico, faltava do Executivo estadual "reestabelecer um diálogo".

"Você não tem como chegar para restabelecer esse diálogo com os policiais chutando a porta. Sempre fui uma pessoa de diálogo. A gente quis colocar uma postura que nos parecia mais eficiente para resolver o problema. Ao invés de você ficar ofendendo os policiais e colocando palavras agressivas, vamos sentar na mesa, conversar. A gente foi falar com o governador, sentamos na mesa e mandamos um emissário que resolveu o problema. Foi um emissário do Ministério a Justiça que conseguiu reverter que os policiais voltassem ao trabalho", avaliou o ex-ministro.

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Em 2020, após 13 dias de paralisação da Polícia Militar (PM), uma comissão e militares chegaram a um acordo e encerram o motim. O acerto não previu anistia, mas a revisão de cada caso, com aplicação rigorosa do devido processo legal e sanções aplicadas aos soldados que participaram do movimento. A proposta foi entregue aos militares pela comissão de representantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário no anexo da Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), que negociava entendimento entre as partes.

Na última semana, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) encaminhou  a expulsão do ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante) dos quadros da Polícia Militar do Ceará. Ele foi considerado um dos líderes do movimento. O órgão também assinou a saída do cabo Kenneth Almeida Belo.

A reportagem tentou contato com o Governo do Ceará, mas não obteve retorno. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS) também foi contactada para alguma possível manifestação, porém, também não respondeu. 

 

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