Presidente eleita da OAB-SP critica atuação de Moro na Lava Jato: "Foi uma conduta inadequada"

Em entrevista ao UOL News, a advogada defendeu que o hoje filiado ao Podemos não deveria ter entrado para a política após a eleição de Bolsonaro

A primeira mulher presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) a partir de 1° de janeiro, Patricia Vanzolini fez duras críticas às atuações do ex-ministro da Justiça Sergio Moro como juiz da Operação Lava Jato. Em entrevista ao UOL News, ela defendeu que o hoje filiado ao Podemos não deveria ter entrado para a política após a eleição de Bolsonaro.

A advogada defendeu a realização "quarentena" para magistrados disputarem eleições. "Certamente foi uma conduta inteiramente inadequada. Não deveria ter sido permitida, deveria haver uma quarentena. E se não está na lei, deveria ser um imperativo moral. O fato de ele ter ingressado no governo colocou sob suspeita toda a sua atuação dele na Lava Jato", criticou Patricia. 

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Moro foi responsável por julgar e condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito das investigações da Lava Jato. Logo, ele impediu que ele fosse candidato a presidente em 2018. Depois da vitória de Bolsonaro na eleição, entrou para o governo e virou ministro da Justiça.

Patricia ressalta não ter dúvidas de que o ex-ministro virou suspeito no caso. "Quanto ao aspecto técnico da suspeição, depois do vazamento do Intercept, das conversas, era impossível sustentar imparcialidade do Moro. A imparcialidade existe para que a sociedade veja condenação como legítima. A atitude do Moro e do Deltan Dallagnol inviabiliza a condenação", disse. 

"A condenação do Lula podia ser a mais justa, e Moro podia ser o mais imparcial, mas quando fica trocando ideias com Dallagnol, o Moro não é mais visto como imparcial. Essa quebra da imagem do processo vicia o processo. Não há como a sociedade credibilizar aquela condenação", analisou a advogada.

Patricia também defendeu a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que anulou todas as condenações de Lula, julgadas em Curitiba. "Não tenho dúvida da incompetência da vara de Curitiba. Não havia razão para o processo ficar ali. No meu ver, ali o STF foi guardião da lei", completou. 

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