Indicado ao STF, André Mendonça diz que evangélicos serão a maioria no Brasil em 10 anos

"Creio que esse país vai ser o grande celeiro do povo evangélico no mundo", afirmou André Mendonça, que está sendo sabatinado no Senado nesta quarta-feira, 1º

O indicado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, afirmou que, em dez anos, os evangélicos seriam a maioria no país, e que esse processo de “restauração” religiosa não seria uma “dominação”, mas sim uma “conversão” pela qual o Brasil deve passar.

"Creio que esse país vai ser o grande celeiro do povo evangélico no mundo. Eu creio nisso. Meus irmãos e minhas irmãs: em dez anos nós já seremos maioria neste país. Em dez anos. Não é porque é um processo de dominação. É um processo de restauração. É um processo de conversão", disse Mendonça, durante evento da Igreja Batista Getsêmani, em maio de 2021, em Minas Gerais.

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No período, o ex-ministro da AGU, que é pastor da Igreja Presbiteriana, abordava atividades de educação religiosa para crianças, defendendo a necessidade de "salvar as futuras gerações" do país. Ainda em sua fala, Mendonça afirmou que tornar o país evangélico seria um processo de “dar dignidade ao ser humano”.

"É um processo para dar dignidade ao ser humano. É um processo para reconciliar o homem com o nosso Deus. É um processo, para que... ainda que seja uma brincadeira, dizer que o brasileiro vive de cachaça e pouco coração, o brasileiro vai viver do sangue de Jesus. E do poder do Espírito Santo", afirmou.

Em 1980, os católicos eram 89,9%, e os evangélicos, 6,6% da população brasileira, de acordo com o Censo do IBGE. Já no mais recente levantamento, em 2010, a proporção estava em 64,6% a 22,2%.

“Terrivelmente evangélico”

A escolha de André Mendonça a uma vaga no Supremo por Bolsonaro foi uma forma do mandatário atender a uma promessa de indicar alguém "terrivelmente evangélico" ao posto. De acordo com entrevista dada à Folha de S. Paulo, em 2019, o ex-ministro reforçou que a fala do presidente era somente um “slogan”.

Antes mesmo da indicação, Mendonça reafirmou, em suas redes sociais, que teria um compromisso com o estado Laico e que qualquer que seja a religião, a orientação não pode ser fator de influência em tomadas de decisões ligadas a área profissional. As declarações de André Mendonça aconteceram enquanto sua sabatina do Senado estava ainda travada pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Contudo, em palestras e visitas nas igrejas do país, o indicado do presidente costuma abordar temas como “corrupção a partir da teologia”, as medidas governamentais de Bolsonaro, e já chegou a criticar, no auge da pandemia, quem pensava que as respostas para situação vinha "apenas da ciência".

Durante os quase cinco meses de entraves no agendamento da sabatina de Mendonça, líderes evangélicos pressionaram Alcolumbre para pautar a tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A etapa obrigatória no processo de nomeação para o Supremo acontece nessa quarta-feira, 1º.

*Com informações do jornal Folha de S. Paulo

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