Portal da Record apaga texto de colunista com pegadinha sobre reeleição de Bolsonaro e depois volta atrás

Em alguns endereços, o documento escrito pelo jornalista reapareceu com o aviso de que o conteúdo "não reflete a opinião do Grupo Record". O autor alega não ter sido avisado da mudança

O site R7 retirou do ar e depois reeditou um texto do jornalista Guto Ferreira, da Record, em que o autor fez uma pegadinha em sua coluna de domingo, 14, sobre a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O conteúdo viralizou nas redes sociais.

Guto chamou pelo título: “10 motivos para você apoiar a reeleição do presidente Bolsonaro”. No texto da chamada, ele insistiu:“Muitos se perguntam quem apoiar nas eleições 2022. Vamos então nos apegar às evidências, fatos e resultados para orientar melhor você, leitor brasileiro.”

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Porém, assim que o leitor entra no texto propriamente dito, está lá escrito: “Se você abriu esta matéria, lamento. Não existem motivos. Assim como não existem Duendes ou o Papai Noel. Fim. É simplesmente o pior governo desde a redemocratização do país. Boa semana para todos", escreveu o jornalista. 

Na manhã nesta terça-feira, 16, alguns links que redirecionavam para a matéria estavam indisponíveis. Após algum tempo, o conteúdo apareceu como disponível, porém, com um informe no final: "Aviso Legal: os textos aqui publicados não refletem a opinião do Grupo Record". Nas redes sociais, Guto disse que não foi comunicado sobre a retirada e alteração do conteúdo.

No Twitter, um dos usuários brincou: "Acho que o patrão obrigou o Guto Ferreira a voltar atrás na matéria dele". Logo depois, o jornalista respondeu: "Eu não voltei atrás não. Jamais". "Lamento muito Guto. Foi a matéria mais verdadeira que já li sobre o assunto, apesar de curta. Toda minha solidariedade a você por essa censura", disse outro internauta, crítico ao portal.

O grupo Record pertence ao bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e apoiador do presidente da República. Atualmente, o governo federal possui estreitas relações com grupos religiosos, entre eles congressistas do Republicanos, partido ligado à instituição evangélica.

Em maio deste ano, uma crise quase fez com que o governo perdesse apoio da Igreja Universal do Reino de Deus. A possível ruptura quase aconteceu após religiosos manifestarem a falta de respostas diante da deportação de pastores de Angola.

Em 2020, os angolanos determinaram o fechamento de templos da IURD no país, após a instituição ser acusada de atos ilegais, entre eles fraude fiscal e exportação ilícita de capitais. A igreja respondeu que recorreria da decisão. Bolsonaro chegou a enviar, em julho de 2020, carta ao presidente de Angola, João Manuel Lourenço, demonstrando preocupação e solicitando a resolução do conflito.

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