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Bolsonaro em Dubai: veja todas polêmicas da viagem do presidente e comitiva

Acompanhado da família e apoiadores, presidente se hospedou em um hotel cinco estrelas, levando até desembargador responsável pelo caso das rachadinhas envolvendo Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ)
12:56 | Nov. 16, 2021
Autor Filipe Pereira
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Filipe Pereira Repórter Política
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Tipo Notícia

O presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no último sábado, 13. A visita é a primeira parada de uma missão de uma semana pelo Oriente Médio para visitar três países até dia 18.

Hotel de luxo

No país, o presidente deu entrada no hotel Habtoor Palace, onde fica hospedado até esta terça-feira, 16. O espaço é considerado um dos unidades mais luxuosos dos Emirados Árabes.

Cinco estrelas, o estabelecimento possui diárias que chegam a R$ 83 mil. A segunda suíte mais cara tem diárias de R$ 21 mil. Para ter acesso aos preços “populares” deve ser feita uma reserva, com antecedência, no site. Os valores são de, em média, R$ 3,3 mil por dia.

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No site do hotel é possível ver uma das hospedagens mais luxuosas. A suíte Sir Winston Churchill possui banheira, piscina e uma sala de jantar que acomoda até 12 pessoas. Porém, segundo o presidente, a diária, de R$ 45 mil, será paga pelo governo local.

Nesta terça-feira, 16, Bolsonaro está em Manama, capital do Bahrein. O presidente publicou um vídeo nas redes sociais em que mostra o quarto em que está hospedado, em um hotel de luxo. A diária do hotel, segundo ele, custa R$ 46 mil reais, porém, é paga "pelo rei". “Nós sabemos como vive o Brasil. Poderia eu pagar esse hotel sem problema nenhum, quem estaria bancando era você contribuinte. Mas, assim como aconteceu agora há pouco, porque estamos vindo dos Emirados Árabes Unidos, essa despesa será custeada pelo rei do Bahrein”, afirmou.

Apoiadores e desembargador das "rachadinhas"

Além disso, Bolsonaro não chegou sozinho aos Emirados Árabes. Ele esteve acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, dos filhos Flávio e Eduardo Bolsonaro e da comitiva composta pelos ministros: Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Defesa) e Carlos França (Relações Exteriores). Participam da viagem ainda os secretários Flávio Rocha, de Assuntos Estratégicos, e Mário Frias, da Cultura.

O deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), o ex-senador Magno Malta e o vereador mineiro Nikolas Ferreira (PRTB) são algumas das pessoas que integram a comitiva do governo brasileiro na terceira viagem a Dubai em pouco mais de dois meses.

 
 
 
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O mais polêmico é a presença do desembargador Marcelo Buhatem, presidente da Associação Nacional de Desembargadores (Andes). Marcado em uma foto junto do presidente e seus acompanhantes, Buhatem tem uma relação de longa data com o clã Bolsonaro. Em abril de 2021, sob a gestão de Buhatem, a Andes condecorou Bolsonaro.

Além disso, em novembro de 2020, o jornalista Samuel Pancher, do Metrópoles, afirmou que ele havia se reunido para um encontro com Jair. O detalhe é que Buhatem era o desembargador responsável pelo caso das rachadinhas envolvendo Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

No domingo, 14, o presidente reuniu-se com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan, durante a Dubai Air Show, uma das mais famosas feiras de aviação do mundo. O presidente também passou por Abu Dhabi, capital do país, para uma visita técnica na unidade da empresa de alimentos BRF. 

Cobertura jornalística prejudicada

Nesta terça, o presidente está no Bahrein. Os jornalistas brasileiros que cobrem a visita presidencial ao Oriente Médio estão, em sua maioria, impedidos de entrar em Doha, no Catar. Nesta segunda, o governo local baixou uma nova medida colocando os Emirados Árabes na lista vermelha, que exige quarentena em hotéis determinados pelo governo do país. 

Uma repórter brasileira já foi impedida de embarcar de Dubai rumo ao Qatar. Outra tentou o embarque agora há pouco e foi orientada a não embarcar porque corria o risco de ser deportada de volta para Dubai. A equipe da Record TV tem previsão de embarcar para Doha esta noite.

O Ministério de Relações Exteriores tenta junto ao governo do Catar resolver a situação e garantir a cobertura jornalística em Doha. 

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