Após críticas, PT apaga nota de saudação à reeleição de Ortega na Nicarágua

A deputada e presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, afirmou que a mensagem não foi submetida à "direção partidária"

O PT (Partido dos Trabalhadores) exclui de seu site oficial a nota de saudação às eleições da Nicarágua, que deram a vitória a Daniel Ortega, no poder há 14 anos. O pleito, que não é reconhecido pelas principais democracias ocidentais, foi realizado sem a presença de opositores, que foram presos.

A mensagem em comemoração à reeleição de Ortega rendeu críticas ao PT tanto por opositores quanto por apoiadores. Após a atualização, ao tentar abrir o comunicado, a página exibe a frase: “Companheiro ou companheira, a página que você procura não existe. Por favor use o campo de busca para tentar encontrar”.

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Nesta quarta-feira, 10, a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, se pronunciou sobre o assunto. Segundo afirma, a nota não foi submetida à direção partidária. "Posição PT em relação qq país é defesa da autodeterminação dos povos, contra interferência externa e respeito à democracia, por parte de governo e oposição", acrescentou.

Ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso (Brasil), Laura Chinchila (Costa Rica), Juan Manuel Santos (Colômbia) e Ricardo Lagos (Chile) pediram que países da América Latina isolem a Nicarágua e ignorem a reeleição de Ortega.

A nota do PT, por sua vez, classificou o pleito do último domingo, 7, como “uma grande manifestação popular e democrática”. 

“Os resultados preliminares, que apontam para a reeleição de Daniel Ortega e Rosario Murillo, da FSLN [Frente Sandinista de Libertação Nacional], confirmam o apoio da população a um projeto político que tem como principal objetivo a construção de um país socialmente justo e igualitário”, diz a mensagem, assinada por Romenio Pereira, secretário de Relações Internacionais do partido.

“Esta vitória será conquistada apesar das diversas tentativas de desestabilização do governo e do bloqueio internacional contra a Nicarágua e seu atual governo, uma situação que penaliza principalmente os mais pobres e necessitados.”

Sem adversários e com o Conselho Supremo Eleitoral (CSE) controlado por aliados do governo, Ortega foi reeleito para seu o quarto mandato consecutivo.

Na América Latina, países com governos de esquerda, como o Peru, também rejeitaram a eleição que “não atende aos critérios mínimos de eleições livres, justas e transparentes estabelecidos pela Carta Democrática Interamericana”, segundo comunicado da Presidência de Pedro Castillo. Outros, no entanto, como Cuba, Venezuela e Bolívia, comemoraram os resultados.

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