Damares reconhece valor de famílias homoafetivas: "Somos obrigados como estado a fortalecê-los também"

A ex-pastora chegou a acenar para a comunidade LGBTQI+ em sua primeira fala pública. Porém, coleciona uma série de manifestações polêmicas que causaram reações de diversos setores da sociedade

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, reconheceu, nesta terça-feira, 9, o valor e a necessidade de proteção das famílias homoafetivas no Brasil, entidade familiar caracterizada pela união de pessoas do mesmo sexo. Em entrevista à rádio O POVO CBN, afirmou que o orgão vem "entendendo as novas configurações familiares" e que o Estado possui "obrigação" de também fortalecê-las.  

"Os arranjos familiares estão aí, eles existem. Vamos botar uma peneira no sol? Não! Esses arranjos familiares existem e nós somos obrigados como estado a fortalecê- los também. Eu vou me omitir diante de uma criança de quatro anos que está sendo criada com um casal de homossexuais quando ela sofre preconceito nas escolas? Não. Eu tenho que atuar como ministra para que essa criança seja respeitada e não seja machucada. Nosso ministério cuida de todos os arranjos familiares", disse a ministra. 

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Segundo Damares, a pluralidade vem desde sua própria estrutura familiar. Ela reforçou a necesside de também valoriar núcleos familiares comandados por mulheres. "Eu sou uma mulher divorciada e tenho uma filha que é uma menina indigenas que eu tenho uma adoção socioafetiva. Ela é totalmente diferente. O Estado precisa fortalecer minha família. Hoje, 40% das famílias do Brasil são lideradas por mulheres e a gente tem que pensar nisso. Então, nosso ministério vem entendendo as novas configurações que nós temos, os novos arranjos de famílias", completou.

Ex-pastora, Damares acenou para a comunidade LGBT em sua primeira fala pública, garantindo que “dá para ter um governo de paz entre o movimento conservador, o movimento LGBT e os demais”. Apesar de acenar pontualmente para o reconhecimento da diversidade sexual e de gênero, a ministra já acumula algumas falas polêmicas que colaboraram com a discriminação contra os LGBTQI+.

Em uma de suas delcarações antigas durante suas pregações, ela afirma que ninguém nasce gay. “Não há prova científica que exista gene gay. Não há prova científica que o gay nasça gay. Se tivesse, já tinham jogado na nossa cara”, disse Damares. “A homossexualidade, ela é aprendida a partir do nascimento, lá na infância. A forma como se lida com a criança. Mas ninguém nasce gay”.

Com a posse, viralizou um vídeo gravado pelos apoiadores da ministra já em Brasília. Na filmagem, ela celebra: “É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina veste rosa!”. A frase repercutiu nas redes sociais, causando uma reação contrária de diversos setores. “Fiz uma metáfora contra a ideologia de gênero”, disse. 

Em novos vídeos antigos revelados da pastora, Damares afirma que o movimento LGBT tentará tirar a Bíblia de circulação no país e que desenhos animados (como “Bob Esponja” e “Frozen”) possuem mensagens homossexuais e que existe uma “pressão” para meninas se assumirem como bissexuais.

 


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