Em depoimento à PF, Bolsonaro reclama de inação de Moro na investigação de facada

O presidente manifestou insatisfação com a condução da investigação pelo seu então ministro da Justiça e Segurança Pública

Em depoimento que prestou à Polícia Federal nessa quarta-feira, 3, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) relatou cobranças que fez ao seu então ministro Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, por uma investigação mais “célere e objetiva” sobre o atentado que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. O presidente afirmou que não observou “nenhum empenho do ex-ministro Sergio Moro em solucionar o assunto”.

Adélio Bispo, que atentou contra Bolsonaro à faca, foi considerado pela Justiça Federal como inimputável após diagnóstico de problemas psiquiátricos, em decisão de maio de 2019. Mesmo tendo oportunidade, o presidente, que está representado no processo como parte interessada, não recorreu da decisão. A primeira investigação da PF sobre o ataque concluiu que o agressor agiu sozinho.

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Durante depoimento, apesar de reconhecer que foi apresentado ao delegado da PF responsável pela investigação na presença de Moro, o presidente afirmou que “não fez nenhum tipo de pedido na direção da investigação ou qualquer outra interferência no andamento dos trabalhos”.

Bolsonaro foi ouvido no Palácio do Planalto, pelo inquérito que investiga suspeitas de interferência sua na corporação. 

O inquérito foi aberto após denúncia do ex-ministro Sérgio Moro no episódio do afastamento do então diretor-geral do órgão, Maurício Valeixo. No lugar dele, o presidente sugeriu o nome de Alexandre Ramagem.

Questionado sobre as motivações que o levou a pedir que Moro trocasse o então diretor-geral da PF, Bolsonaro afirmou que fez a solicitação "em razão da falta de interlocução que havia entre o presidente da República e o diretor da Policia Federal", e que "não havia qualquer insatisfação ou falta de confiança com o trabalho realizado por Valeixo. "Apenas uma falta de interlocução", pontuou.

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