Kajuru acusa líder do governo no Congresso de oferecer R$ 100 mi em emendas por apoio a Bolsonaro

Senador Eduardo Gomes (MDB), líder do governo no Congresso, negou as acusações em nota

O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) acusou o senador Eduardo Gomes (MDB), líder do governo no Congresso, de oferecer R$ 100 milhões em emendas parlamentares para abafar suas críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As declarações do parlamentar foram dadas à revista Crusoé. Em nota, Gomes nega as acusações.

Kajuru afirmou que a suposta declaração de Gomes teria ocorrido para o seu assessor de orçamento. O senador do Podemos, todavia, não apresentou provas das alegações. 

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

"Agora, eu te digo que o meu assessor de orçamento ouviu da boca do senador Eduardo Gomes (líder do governo no Congresso), de quem eu gosto, e que é muito educado, o seguinte: 'O Kajuru podia ter 100 milhões (de reais) em emendas. Fala para o Kajuru mudar, não bater no governo desse jeito.", detalhou Kajuru.

Em nota enviada ao UOL, a assessoria de Eduardo Gomes afirmou que ele "respeita o senador Kajuru por suas posições e sua história, tendo sempre mantido com ele diálogo republicano de alto nível, de maneira direta, sem precisar enviar recados via assessoria. Todas as vezes que o senador Kajuru votou com o governo, o fez por convicção."

Já Kajuru relatou que, ao ser informado da suposta oferta, foi conversar com Gomes e falou: "Vou fingir que você não falou isso porque, se tivesse falado comigo, eu teria gravado e colocado no ar".

O senador do Podemos afirma que, pelas tradicionais emendas parlamentares, ele conta com verba que totaliza R$ 27 milhões, e qualquer quantia acima desse valor é preciso explicar à sociedade. Ele ainda questionou como há parlamentares que conseguem valores muito altos em emendas.

"Como é que tem senador que conseguiu 150 milhões para o Rio Grande do Sul, como o [Luis Carlos] Heinze? Como tem senador que conseguiu 200 milhões para o Amapá, como o Davi [Alcolumbre]? Isso tudo tinha que ser absolutamente esclarecido. Isso tudo o presidente sabe. Aí está a responsabilidade dele, grave, de ter comandado tudo. Não tem desculpa.".

O parlamentar aproveitou para criticar o esquema do orçamento paralelo, que veio a público após reportagem do Estadão, e ficou conhecido como "tratolão". O esquema consistia em privilegiar congressistas apoiadores do governo com fatias altas de verbas oriundas das chamadas emendas de relator. Para ele, o episódio foi o que aconteceu "de mais triste no governo Bolsonaro".

Relação com Bolsonaro

Kajuru revelou que não fala mais com o presidente Bolsonaro desde a divulgação de um trecho de conversa com o chefe do Executivo, que foi gravada pelo parlamentar, em abril. O diálogo aconteceu às vésperas da instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, que investigou as ações do governo federal no combate à pandemia.

"Não foi um rompimento, foi um distanciamento, porque antes eu ainda falava com ele por telefone. Depois desse episódio, nunca mais falei com ele. Não tenho nada para falar com ele. Não sou oposição por oposição, do quanto pior melhor. Quero que ele melhore o governo, que está um desastre. Mas como conversar com quem age assim e coloca o time de fanáticos, o chamado gado, contra você, te execrando nas redes sociais?", disparou Kajuru.

O senador ainda disse que atual mandatário, a quem classificou como alguém que "tem compulsão por mentira", "está copiando" o ex-presidente Lula (PT) em diversas de suas ações e afirmou que ambos "são parecidíssimos no populismo".

Para o parlamentar, Bolsonaro e Lula são parecidos até ao dizerem que não sabem de corrupção. "Os dois são tão parecidos que 40% da população não votariam em nenhum dos dois e esperam na terceira via uma nova opção.".

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

jorge kajuru jair bolsonaro emendas parlamentares líder do governo acusação

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar