Líder do governo na Câmara diz que vai processar senadores que votarem a favor do seu indiciamento

Ricardo Barros é alvo da comissão, para a qual prestou depoimento no dia 12 agosto, por suspeita de ligação com compra irregular da vacina indiana

O líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse nesta quarta-feira, 20, que irá processar todos os senadores da CPI da Covid que votarem a favor do trecho do relatório que trata do seu caso. Ele declarou ainda que vai processar o relator Renan Calheiros (MDB-AL) por calúnia.

"Vou processá-lo por denunciação caluniosa e por abuso de autoridade", disse o deputado. "No caso Covaxin, por exemplo, todas as pessoas que ele ouviu negaram a minha participação [no suposto esquema de corrupção]. Ele não tem nenhum elemento que pudesse convalidar a tese de que participei dessa questão", acrescentou ainda.

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Na prática, ele garante que irá processar todos os senadores que votarem a favor do relatório final.  Em versão preliminar do documento, que ainda será votado, o senador Renan Calheiros pede que a Receita Federal investigue as empresas de Barros. O relatório conclui que "irregularidades" indicam “uma prática própria de quem oculta a origem dos recursos (por exemplo, por corrupção)".

A CPI pediu a quebra de sigilo das empresas em que o deputado é sócio. Ele foi investigado pela comissão por ligação com as empresas que sustentaram a venda da vacina indiana Covaxin ao governo federal e por ter levado um empresário da Belcher Farmacêutica, interessada em vender imunizantes, para encontrar o ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

Segundo Barros, a decisão de Renan de colocá-lo como indiciado no relatório final configura crime de calúnia e abuso de autoridade. “Acusar alguém sabidamente inocente é abuso de autoridade e, por isso, vou processá-lo, e aos senadores que votarem com ele no relatório também”, disse o líder do governo.

O parlamentar ainda afirmou que o relator da comissão não é “dono do relatório” e que, após a votação dos demais integrantes da CPI, todos os que votarem a favor do texto serão “corresponsáveis” por sua acusação.

“Não vou tratar diferente o relator de quem votou no relatório dele. Vai sofrer a mesma medida porque não podemos permitir esse circo aqui, essa narrativa sem fundamento que se quer perpetuar”, disse.

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