Pediatras criticam Bolsonaro por foto com criança e réplica de fuzil

Em uma nota intitulada "Arma não é brinquedo", a Sociedade Brasileira de Pediatria ressalta a importância do cumprimento do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu nota, nesta sexta-feira, 1º de outubro, criticando duramente a postura do presidente Jair Bolsonaro em um evento realizado na quinta, em Belo Horizonte, no qual posou empunhando uma réplica de um fuzil ao lado de uma criança.

Em uma nota intitulada "Arma não é brinquedo", a instituição ressalta a importância do cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que garante a preservação da imagem e dos valores dos menores. 

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"Não se trata de uma discussão ideológica ou sobre a liberdade da posse, ou não, de arma pelos adultos. O que está em jogo é a vida e a integridade física e emocional de milhares de crianças e adolescentes", disseram. "Por isso, os pediatras conclamam as autoridades para uma profunda reflexão sobre os efeitos destas ações de mídia e de marketing, que devem se basear na legislação e na ética, e nunca serem maiores que o compromisso com a dignidade da população brasileira."

"A sociedade fala ainda em efeitos negativos das armas de brinquedo para as crianças. "Ao contrário dos adultos, elas são incapazes de distinguir entre uma arma real e armas de brinquedo. Estudo recente mostrou que quase 60% dos integrantes de um grupo de crianças com idades entre 7 e 17 anos não souberam distinguir armas reais de armas de brinquedo", dizem. "Não é por acaso que a cada 60 minutos uma criança ou adolescente morre em decorrência de ferimentos por arma de fogo no Brasil". 

Durante sua passagem pela capital mineira nesta quinta-feira, 30, o presidente  sentou ao lado de uma criança, vestida com a farda da Polícia Militar de Minas Gerais, e apontou uma arma de brinquedo, que estava na mão da criança, para o alto. Na ocasião, o chefe do Executivo elogiou os pais do garoto e disse que eles são um exemplo de “civilidade, patriotismo e respeito”.

“Eu estou com quase 70 anos. Quando eu era moleque, eu brincava com isso: arma, flecha, estilingue. Assim foi criada a minha geração e crescemos homens, fortes, sadios e respeitadores”", disse Bolsonaro. 

 

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