Desconfiança dos brasileiros nos Três Poderes e nas instituições aumentou, diz pesquisa Datafolha

A Presidência da República foi a instituição com a maior piora e chegou a 50% de desconfiança popular, ante 32% obtidos na pesquisa anterior, realizada em 2019

Uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira, 24, pelo jornal Folha de S. Paulo apontou que a desconfiança da população brasileira aumentou em relação a várias instituições do país e também aos três Poderes. O levantamento mostra que, se comparado com a última pesquisa, feita em 2019, Legislativo, Executivo e Judiciário tiveram aumento de desconfiança. O Executivo Nacional, porém, foi a instituição com a maior piora neste índice.

A Presidência da República tinha a rejeição de 32% da população na avaliação anterior, agora o número de desconfiança atrelado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chega a 50%.

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O pior índice de desconfiança, no entanto, ficou com os partidos políticos. As siglas têm rejeição de 61% entre os entrevistados, ante 58% no ano de 2019. Também impactados pela onda de desconfiança antipolítica, estão o Congresso Nacional, que aparece com 49% de rejeição, seguido pelo Judiciário, com 31%. Os jovens de 16 a 24 anos tendem a confiar mais nessas três instituições, aponta o Datafolha.

A pesquisa também avaliou a desconfiança dos brasileiros a respeito do Ministério Público (MP), geralmente bem avaliado. O levantamento, porém, mostrou um revés da opinião pública quanto a essa instituição. Em 2019, o índice de desconfiança era de apenas 23%, ante o aumento para 30% na pesquisa atual. A avaliação aponta, inclusive, que os entrevistados que dizem que votarão em Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência em 2022, tendem a ser mais contrários ao MP.

Outro ponto averiguado pelo Datafolha foi a desconfiança nas redes sociais. Responderam que não confiam nelas 53% (46% na pesquisa de 2019), ante 46% que confiam (40% disseram "um pouco" e 6%, muito). Vale ressaltar que o levantamento também analisou que entre eleitores que dizem que votarão em Bolsonaro em 2022, a desconfiança em relação às redes sociais cai de 53% para 46%.

No que diz respeito à imprensa, a desconfiança era de 30% há dois anos e agora é de 32%. Os que afirmam confiar na imprensa são 66%, divididos em 48% que dizem confiar "um pouco" e 18% que dizem confiar "muito". Entre os jovens de 16 a 24 anos, a desconfiança na imprensa é maior, bem como entre eleitores que dizem que votarão em Bolsonaro nas próximas eleições.

Quanto às grandes empresas brasileiras, a pesquisa avaliou que 29% dos entrevistados disseram não confiar, e 69% afirmaram que confiam.

O menor ranking de desconfiança popular foi apresentado pelas Forças Armadas com apenas 22%, ante 76% de confiança. A desconfiança, porém, aumentou em relação a 2019, atingindo a taxa mais alta da série histórica iniciada em 2017. Eram 19% há dois anos atrás.

A pesquisa ouviu 3.667 pessoas em 190 municípios brasileiros, presencialmente nesta rodada. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Detalhamento das opiniões

A pesquisa também avaliou outras nuances dos entrevistados, como a preferência política, idade e região em que moram. Os eleitores bolsonaristas, por exemplo, tendem a desconfiar mais do Supremo Tribunal Federal e da imprensa, enquanto a confiança destes aumenta em relação às redes sociais.

O cenário muda quando são avaliados os entrevistados que pretendem votar no PT no próximo ano. Eles tendem a ser mais avessos ao Ministério Público e confiam menos em promotores e procuradores, indo de 30% para 33%. Os simpáticos a Lula também têm menos confiança nas Forças Armadas: a taxa vai de 22% para 32%.

Entre homens e pessoas que têm renda familiar acima de cinco salários mínimos e moradores do Centro-Oeste, as Forças Armadas têm maior índice de confiança. Já para os que vivem no Nordeste, por exemplo, o Judiciário, que no quadro geral tem desconfiança de 31% dos entrevistados, aparece com 34% de rejeição.

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