Em protesto contra fome e desemprego, MTST ocupa Bolsa de Valores em São Paulo

participantes da manifestação exibiam cartazes com os dizerem "Sua ação financia nossa miséria" e "Brasil tem 42 novos bilionários enquanto 19 milhões passam fome"

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) anunciou, nesta quinta-feira, 23, nas redes sociais, ter ocupado o prédio da Bolsa de Valores Brasileira, na cidade de São Paulo. O ato ocorre em protesto contra a falta de empregos e aumento da fome no país. “Enquanto as empresas lucram, o povo passa fome e o trabalho é cada vez mais precário”, defende a publicação no Twitter.

Segundo informações do portal G1, o local foi escolhido porque as ações de grandes empresas seguem em alta neste ano, com crescimento de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB), mesmo com aumento da miséria no país.

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“Os lucros recordes dos bancos, o aumento de grandes fortunas e o surgimento de 42 novos bilionários no mesmo país onde a insegurança alimentar atinge mais de 116 milhões de pessoas e a fome já é uma realidade para mais de 19 milhões precisa acabar”, diz uma segunda publicação do movimento que usa as Hashtags #Tatudocaro e a #aculpaédobolsonaro, indicando que o ato também pede a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Dentro do prédio, participantes da manifestação exibiam cartazes com os dizerem “Sua ação financia nossa miséria”, "Brasil tem 42 novos bilionários enquanto 19 milhões passam fome", "Tem gente ficando rica com a nossa fome".

Barracas também foram levadas para ocupar na B3, indica o G1.

Até esta quinta-feira, a bolsa de valores seguia em queda de 5%, situação que tem ocorrido desde o acirramento da crise política, aumento da inflação e alta nos juros.

Repercussão:

Nas redes sociais, um dos primeiros a comemorar a manifestação foi o ex-candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol). “É o Brasil real na Bovespa!”, disse Boulos em tuíte.

— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) September 23, 2021

O MTST segue atualizando os acontecimentos sobre a manifestação na rede social.

— MTST (@mtst) September 23, 2021


“Aqui é negociada toda a riqueza do Brasil. Aqui são formados os bilionários do sistema financeiro. Aqueles que ficam ricos a custa da nossa pobreza”, argumenta o MTST em publicação no Twitter sobre a ocupação.

O post de explicação sobre o ato de ocupação à sede da Bolsa de Valores Brasileira, localizada na cidade de São Paulo, segue ressaltando que o local representa a existência de dois Brasis: o primeiro, é um país de “parasitas” do mercado financeiro que vivem do rentismo, e um outro de trabalhadores que sobrevivem com um auxílio emergencial de R$ 5 por dia.

A série continua com as comparações, tocando em pontos como a falta de moradia e especulação imobiliária, aumento da fome no mundo, preço da gasolina e do gás de cozinha.

“Um Brasil que tem a safra recorde do Agronegócio e que é o país que mais produz alimento no mundo. O outro, com 19 milhões de pessoas no mapa da fome e 9 milhões na extrema pobreza. Um Brasil que negocia e entrega nosso petróleo para empresas estrangeiras e um Brasil onde a gasolina custa mais de 6 reais e o gás mais de 100 reais, levando milhares de pessoas a cozinhar na lenha. Um Brasil no qual empreiteiras tomam conta do mercado imobiliário e do Plano Diretor e outro com mais de 6 milhões de famílias sem moradia e sem direito a cidade”, sustenta.

O movimento cita o suposto caso de corrupção na compra de vacinas, que segue em investigação na CPI da Covid, comissão instalada no Senado Federal.

“Um Brasil no qual a saúde virou mercadoria, a vacina foi negociada através de propina no maior escândalo de corrupção. O outro Brasil perdeu mais de 580 mil vidas pelo descaso de um governo de morte”, menciona.

Por fim, a publicação usa a simbologia da bolsa para dizer que, dentro do mesmo país, há pessoas que têm a “bolsa cheia de valores” enquanto a maioria tem a "bolsa vazia". Onde 1% domina a riqueza, enquanto os outros 99% vivem “das migalhas que caem na mesa”. “Um Brasil em que o maior espetáculo do pobre é comer!”, alega o movimento que finaliza culpando o presidente pela alta dos preços nas mercadorias.

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