Empresários cearenses assinam manifesto por estabilidade democrática

O manifesto vem a público num momento de alta tensão política, com os seguidores do presidente da República a mobilizar atos antidemocráticos por todo o País

Às vésperas do protesto bolsonarista marcado para 7 de Setembro, Dia da Independência, um grupo de empresários cearenses assinou manifesto em defesa da estabilidade democrática do País. O texto não se dirige diretamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Pede, em vez disso, entendimento entre os três Poderes constituídos e critica a criação de "tensões vazias". 

"O Brasil do século XXI não pode ser um país dividido! Certamente, esse não será nosso caminho. Não há espaços para intolerância, tensões vazias e luta pelo poder, em detrimento do bem comum", diz parte do texto.

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Alguns dos signatários são Aline Telles Chaves, vice-presidente do Grupo Telles; Claudio Ary Brasil, diretor-executivo do Grupo Normatel; Roberto Macêdo, do Grupo J Macedo; José Carlos Gama, empresário da construção civil, além do ex-deputado estadual Carlos Matos.

Eles formam o Projeto Resposta, um coletivo que se define como focado em transformação social, econômica e política, "articulado pela sociedade para construir melhores respostas aos desafios dos próximos 10 anos."

O manifesto vem a público num momento de alta tensão política, com os seguidores do presidente da República a mobilizar atos antidemocráticos por todo o País, programados para o dia 7.

Neste sábado, em Caruaru, Pernambuco, Bolsonaro admitiu a possibilidade de que haja uma ruptura institucional, o que segundo ele ocorrerá se os Poderes não agirem no sentido de "enquadrar" aqueles que, como costuma dizer, "jogam fora das quatro linhas da Constituição".

Os principais alvos das falas do presidente são os ministros do Supremo Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, este também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Moraes conduz o inquérito das fake news, no qual Bolsonaro foi incluído em razão dos ataques às urnas eletrônicas - desprovido de provas.

O TSE também abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques do presidente à legitimidade do processo eleitoral. Nessa sexta-feira, Moraes atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a prisão do blogueiro bolsonarista Wellington Macedo, de Sobral, por incitar a invasão do STF. 

Ao O POVO, Carlos Matos evitou citar o presidente da República ou membros do Legislativo ou do Judiciário. Ele afirmou que as tensões criadas, "muitas vezes desnecessárias", impedem que o País avance. "O Projeto Resposta quer que a harmonia entre os poderes seja o fio condutor da democracia", ele disse.

Questionado sobre se os membros do Resposta creem na possibilidade de uma interrupção da democracia, Matos respondeu que "no sentimento geral, não". Ele avaliou que a democracia perde a qualidade quando a divisão é levada ao nível máximo.

Leia o texto na íntegra:

O Brasil do século XXI não pode ser um país dividido! Certamente, esse não será nosso caminho. Não há espaços para intolerância, tensões vazias e luta pelo poder, em detrimento do bem comum.

A nação, depois de meses sogrendo a pandemia, espera superar os grandes problemas com respostas concretas, que só surgirão com a aliança da sociedade com os poderes constituídos, unidos pelos propósitos, valores e compromissos compartilhados.

Nós, que fazemos o Projeto Resposta, acreditamos no diálogo, na impessoalidade, na condução do interesse público, no respeito e na empatia, pois a solução para os desatinos sociais demanda cooperação de todos, sem distinções.

 

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