Sem máscara e causando aglomeração, Bolsonaro não discursa em evento no Rio

Com grande perspectiva de um discurso depois de fortes postagens nas redes sociais pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro não fez pronunciamento durante cerimônia de entrega do Espadim 2021 aos cadetes do 1º ano da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), localizada em Resende, interior do Rio de Janeiro. Bolsonaro serviu na Aman por cinco anos. A única autoridade do governo a se pronunciar foi o ministro da Defesa, Braga Netto.
Por conta da pandemia de coronavírus, o Ministério da Defesa informou que a cerimônia, que é realizada todos os anos, contaria novamente com a presença restrita de convidados, autoridades civis e militares. O tradicional Baile de gala do Espadim também foi cancelado. Aos convidados, foi recomendado o uso de máscaras e, para evitar aglomeração, o público foi dividido por setores. O presidente Bolsonaro não usava máscara durante o evento, mas sua esposa Michelle e o vice-presidente, Hamilton Mourão, usavam o equipamento de proteção.
No meio do evento, Bolsonaro circulou, ainda sem máscara, pelo pátio da Aman onde estavam os 409 cadetes e seus familiares e amigos. Como alguns dos presentes quiseram fazer foto com o presidente, pequenas aglomerações foram registradas em seu entorno. O chefe de Estado também conversou com crianças e chegou a gravar um vídeo no celular de uma delas.
Mais cedo, pelas redes sociais, o presidente escreveu que "todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos". Bolsonaro também publicou que "o povo brasileiro não aceitará passivamente que direitos e garantias fundamentais (art. 5º da Constituição Federal), como o da liberdade de expressão, continuem a ser violados e punidos com prisões arbitrárias, justamente por quem deveria defendê-los".
A mensagem vem após a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB. Bolsonaro não citou o nome de um de seus mais fortes aliados na postagem, que foi divulgada mais de 24 horas depois da prisão. A filha de Jefferson, Cristiane Brasil, que também já foi deputada havia cobrado uma ação do presidente.
O chefe do Executivo prometeu ainda que pedirá ao Senado a abertura de processo contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. "De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais", enfatizou.
Contatos: celia.froufe@estadao.com e anne.warth@estadao.com

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