Reverendo Amilton admite que sua entidade receberia doações em troca de intermediação com Saúde

Amilton Gomes de Paula negociou 400 milhões de doses da Astrazeneca com a Davati Medical Supply; ele é peça-chave para explicar uso de intermediários pelo Ministério da Saúde

O reverendo Amilton Gomes de Paula admitiu durante depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira, 3, que havia uma expectativa de a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) receber uma doação ao intermediar o acesso da empresa Davati ao Ministério da Saúde. A Davati articulou venda de vacinas ao governo sem comprovar a capacidade de entregar as doses.

O fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) negou a todo momento conhecer agentes públicos, dirigentes do Ministério da Saúde e mesmo autoridades no Palácio do Planalto. No entanto, também reconheceu que, mesmo sem ter contatos, conseguiu marcar uma reunião com a pasta. O encontro aconteceu após quatro horas do envio do primeiro e-mail com a solicitação.

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Em depoimento na CPI da Covid, o religioso declarou que acionou o ministério apenas de forma formal, por meio de e-mails institucionais, e negou ter alguma relação que tenha facilitado os contatos dele na negociação. A manifestação causou especulação entre os senadores sobre suposto favorecimento do governo. O pastor alegou que não recebeu aval de nenhuma autoridade pública para a intermediação.

Questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), ele afirmou que não fez nenhum acordo com a Davati, mas admitiu conversas sobre uma doação para a ONG que representa. "Não foi estabelecido nenhum valor. Desde o início, falava-se sobre doação", declarou.

O reverendo defendeu que sua atuação foi totalmente humanitária e que havia sido prometida doações para a sua entidade, pela intermediação. Amilton, porém, disse que não havia acordo sobre como seria essa doação. "Não foi estabelecido valores. Desde o início se falava de doação [com a Davati]", declarou o religioso. Ele disse ainda que "doação não é ilegal, não caracteriza vantagem."

Amilton Gomes de Paula negociou 400 milhões de doses da Astrazeneca em nome do governo federal, mesmo após a própria farmacêutica ter informado que a venda do imunizante se daria apenas por meio de contratos diretos, sem intermediários. O aval da negociação foi concedido pelo então diretor de Imunização do Ministério da Saúde Lauricio Monteiro Cruz

 

Reprodução/Flickr Senado
Reprodução/Flickr Senado

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (3), o reverendo Amilton Gomes de Paula afirmou que concordou em atuar na intermediação entre Ministério da Saúde e a empresa Davati Medical Supply, para a negociação de vacinas contra a Covid-19, em troca de "doações" para a sua entidade.

O reverendo é fundador da Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários). Ele negou a todo momento conhecer agentes públicos, dirigentes do Ministério da Saúde e mesmo autoridades no Palácio do Planalto. No entanto, também reconheceu que, mesmo sem ter contatos, conseguiu marcar uma reunião com a pasta. O encontro aconteceu após quatro horas do envio do primeiro e-mail com a solicitação.


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CPI da Covid Reverendo Amilton de Paula vacinas negociação ministério da Saúde

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