Pazuello nega ter negociado Coronavac com intermediários no ministério

Ex-ministro da Saúde afirmou em nota que foi "cumprimentar representantes" da empresa. Ele defende que gravação de vídeo foi sugestão da assessoria de imprensa

Em nota divulgada na noite desta sexta-feira, 16, o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou ter negociado vacinas Coronavac com intermediários. "Enquanto estive como ministro da Saúde, em momento algum negociei aquisição de vacinas com empresários, fato que já foi reiteradamente informado na CPI da Pandemia e em outras instâncias judicantes", disse o general da ativa.

A nota diz respeito a reportagem veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo. O material revelou um vídeo onde o general aparece negociando a aquisição de 30 milhões de doses do imunizante com intermediadores por quase o triplo do preço oferecido pelo Instituto Butantan. O documento foi posteriormente publicado pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República.

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Em depoimento à CPI da Covid-19, após ser questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), o militar afirmou que não podia negociar doses de vacina da Pfizer porque isso era função do "nível administrativo, não do ministro.

No texto publicado, o ex-ministro de Bolsonaro disse que determinou que a secretaria-executiva, então sob comando do coronel da reserva Elcio Franco, fizesse "pré-sondagem acerca da proposta a ser ofertada pela World Brands Distribuidora S.A. (Sinovac Biotech Ltd.)".

"Ante a importância da temática, uma equipe do Ministério da Saúde os atendeu e este então ministro de Estado —que detém o papel institucional de representar o Ministério da Saúde— foi até a sala unicamente para cumprimentar os representantes da empresa, após o término da reunião".

De acordo com Pazuello, a própria assessoria de comunicação do ministério sugeriu a gravação do momento, para que o encontro se tornasse público, em respeito aos princípios previstos no artigo 37 da Constituição, que trata das regras gerais para atuação na administração pública.

"Após a gravação, os empresários se despediram e, ato contínuo, fui informado de que a proposta era completamente inidônea e não fidedigna. Imediatamente, determinei que não fosse elaborado o citado memorando de entendimentos — MOU —, assim como que não fosse divulgado o vídeo realizado", acrescentou.

 

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