Oposição e bolsonaristas repercutem nas redes sociais os protestos contra o governo

Políticos de esquerda destacam ampliação das manifestações enquanto apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exploram cenas de violência registradas no fim do ato em São Paulo

Após mais um fim de semana com manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que pediam o impeachment, maior agilidade na vacinação contra a Covid-19, a volta do auxílio emergencial, dentre outras pautas, a batalha entre bolsonaristas e opositores voltou a ter palco nas redes sociais. A repercussão entre atores políticos que se opõem ao governo, e aqueles que o apoiam, expôs pontos de vista distintos dos atos ocorridos no último sábado, 3.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que esteve na manifestação em São Paulo ao lado do ex-presidenciável Fernando Haddad (PT), celebrou. “Com a militância e o companheiro Fernando Haddad hoje na Avenida Paulista. Queremos vacina no braço e o impeachment”, escreveu. Na capital paulista, o ato fez com que algo inédito ocorresse: filiados do PT e do PSDB, rivais históricos, caminharam lado a lado pedindo a saída do atual presidente.

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— Gleisi Hoffmann (@gleisi) July 3, 2021

Gleisi comemorou o fato do PSDB estar participando da manifestação. "Significa que o movimento para tirar Bolsonaro está crescendo. Sempre estivemos nessa caminhada e é muito bom ver os que não estiveram se juntarem agora. Precisamos de todos que querem a democracia”, disse. Entretanto, houve confusão entre grupos que vestiam blusas do PCO e militantes tucanos; uma bandeira do PSDB chegou a ser queimada.

As imagens da briga, somadas as de atos de vandalismo no fim da manifestação na capital paulista, onde um grupo de pessoas depredou agências bancárias e outros estabelecimentos, serviriam mais tarde como parte dos argumentos de apoiadores do presidente para vincular a imagem de violência aos protestos; acirrando a polarização e a narrativa bolsonarista do “nós contra eles”.

— Guilherme Caetano (@guiicaetano) July 3, 2021

No Rio de Janeiro, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) foi de verde e amarelo aos atos. “Vim com a blusa do Brasil porque essas cores representam alegria e união do povo. Essas cores não podem e nunca vão representar a divisão do país que esse governo genocida está fazendo”, disse. Nas redes sociais ele publicou diversas fotos da manifestação.

Já entre bolsonaristas, foi notório o esforço para tratar os protestos como um “fracasso”, com argumentos que variaram entre a quantidade de pessoas presentes e o que houve de violência no ato ocorrido em São Paulo. O próprio Bolsonaro repercutiu ao criticar o vandalismo na manifestação na capital paulista. Segundo o presidente, “o ato nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder”, escreveu no Twitter.

Opinião compartilhada pelas deputadas federais bolsonaristas Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF). “Surpresa mesmo seria a esquerda criminosa fazer uma manifestação sem vandalismo nem agressões”, afirmou Zambelli ao passo em que Kicis disse que a violência “merece a reprimenda dos órgãos de segurança, do MP e da Justiça”.

Já o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), ironizou os atos. “A esquerda tem que aprender a comunicar melhor as minifestações. Eles falaram durante muito tempo o fica em casa. Os esquerdistas não devem ter ficado sabendo que era pra ir pra rua contra o bozo”, escreveu.

Em Fortaleza, a manifestação que se iniciou na Praça Portugal, no bairro Aldeota, local conhecido como reduto de movimentos da direita na Capital, contou com a presença de parlamentares da oposição. O deputado estadual Renato Roseno (Psol) lembrou a falta de respostas do governo aos e-mails da farmacêutica Pfizer para negociar vacinas. “Imagine que você é do setor privado e que deixa 81 e-mails sem respostas, o que vai acontecer com você? Você vai ser demitido”, afirmou, alegando ocorrer uma disputa histórica no País.

Já o vereador Guilherme Sampaio (PT) disse que a ida do povo às ruas é a “única força política realmente capaz de provocar o processo que detone a abertura do impeachment”, por considerar que a configuração na Câmara dos Deputados favorece Bolsonaro. Segundo ele, a tendência é que os atos aumentem e tragam elementos novos para a conjuntura política”.

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