Além de Eduardo Leite, conheça outros políticos homossexuais no Brasil e no mundo

Além do Brasil, outros representantes LGBTQI+ do mundo também alcançaram cargos de representatividade na política.

Na madrugada desta sexta-feira, 2, o governador do Rio Grande do Norte, Ricardo Leite (PSDB), declarou ser homossexual em entrevista ao programa Conversa com Bial, da TV Globo. O gesto repercutiu nas redes sociais e o gestor foi parabenizado por aliados políticos e opositores nas redes sociais. Além do tucano, outros políticos também possuem a mesma orientação sexual. 

Apesar de ser raro no Brasil, alguns nomes nacionais são assumidamente homossexuais. É o caso do ex-deputado Jean Wyllis (PT-RJ), do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), do deputado federal David Miranda (Psol-RJ, substituto Wyllis) e do ex-prefeito de Lins (SP), Edgar de Souza (PSDB). Também está na lista o deputado Clodovil Hernandes, falecido em 2009. 

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As eleições de 2020 representaram um marco histórico em diversidade e representatividade nas câmaras municipais pelo Brasil. Com aumento de 275%, o número de candidatos a vereador travestis e transexuais eleitos passou de 8, em 2016, para 30 neste ano, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).

É o caso da professora Duda Salabert (PDT), a primeira vereadora transexual eleita de Belo Horizonte (MG). Ela também recebeu o maior número de votos da história da Câmara da cidade: 37.613. A parlamentar defende a bandeiras da educação e do meio ambiente.

Em Aracaju (SE), a vereadora eleita Linda Brasil (Psol) quebrou um recorde de votações, com 5.773 votos. Ela também luta pelo reconhecimento do gênero feminino das mulheres trans e travestis. Em São Paulo, a mulher com maior número de votos nestas eleições foi Erika Hilton (Psol), que conquistou 50.700 eleitores na capital paulista, tornando-se  a primeira mulher trans da Câmara da cidade. 

Também na capital paulista, Thammy Miranda (PL) é o primeiro homem trans eleito vereador. Com 43.321 votos, ele foi o 9º mais votado na cidade.

Em Fortaleza, o Psol elegeu a vereadora lésbica Lila. M. Salu, do Coletivo Nossa Cara. A integrante faz parte de grupo rapper. Estudante de Humanidades na Universidade de Lusofonia Afro Brasileira (UNILAB), ela é feminista e ativista integrante do Tambores de Safo, grupo de percussão composto por lésbicas e bissexuais, que fazem da arte um instrumento político e de comunicação. 

FORTALEZA, CE, BRASIL, 17.11.2020: Nossa cara - Mandato Coletivo do PSOL - Adriana Gerônimo, Louise Anne de Santana e Lila M. Salu formam trio eleito, com 9.824 votos, para ocupar uma das 43 cadeiras da Câmara Municipal. Em época de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO).
FORTALEZA, CE, BRASIL, 17.11.2020: Nossa cara - Mandato Coletivo do PSOL - Adriana Gerônimo, Louise Anne de Santana e Lila M. Salu formam trio eleito, com 9.824 votos, para ocupar uma das 43 cadeiras da Câmara Municipal. Em época de COVID-19. (Foto: Aurelio Alves/O POVO). (Foto: Aurelio Alves)

Outros países

Alguns políticos gays alcançaram cargos de representatividade na política no mundo. Hoje, apenas dois  abertamente gays são chefes de governo— em Luxemburgo e na Sérvia. Em 2009, a Islândia elegeu a ex-aeromoça Johanna Sigurdardottir como primeira-ministra.

A líder sindical foi a primeira chefe de Estado do mundo abertamente homossexual. No ano seguinte, a Islândia aprovou uma lei permitindo casamento entre pessoas do mesmo sexo, e a gestora casou-se com sua esposa. 

O ex-premiê da Bélgica, Elio Di Rupo, que governou o país entre 2011 e 2014, foi o segundo político assumidamente gay a virar chefe de Estado. Ele revelou sua sexualidade em 1996, após um escândalo de pedofilia em que políticos belgas o acusaram de envolvimento. Ele foi inocentado e as acusações foram consideradas falsas pela Justiça.

O primeiro-ministro de Luxemburgo, Xavier Bettel, é o único chefe de Estado gay na União Europeia. Eleito em 2013, ele casou-se com seu parceiro dois anos depois, já no cargo, após a promulgação de uma lei permitindo casamentos gays. Ele foi reeleito.

Em 2017, a Sérvia, mesmo diante de um forte conservadorismo, elegeu Ana Brnabic como primeira mulher e primeira homossexual no posto de primeira-ministra. Porém, ela foi criticada por não atuar em favor das pautas de direitos sociais e chegaram a fazer uma campanha para que a premiê não participasse de uma das paradas do Orgulho Gay do país.

Na Irlanda, o político gay Leo Varadkar foi nomeado chefe de Estado entre 2017 e 2020. Ele se declarou homossexual em 2015, antes de ocupar o cargo, quando a Irlanda legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em 2019, ele foi acompanhado de seu marido durante visita oficial aos Estados Unidos. 

Nos EUA, o político assumidamente homossexual Harvey Milk, do partido Democrata, se elegeu vereador de San Francisco nos anos 1970. O ex-militar tornou-se um ícone entre ativistas por defender direitos LGBTQI+. Contudo, ele foi assassinado em 1978 dentro da prefeitura de San Francisco por um adversário político. 

O Democrata Barney Frank foi dos políticos norte-americanos mais influentes a assumir sua homossexualidade. Ele atuou como deputado entre 1981 e 2013. Um dos parlamentares mais influentes do Congresso americano, Frank assumiu ser gay em uma entrevista em 1987. 

Atualmente, a democrata Tammy Baldwin é uma das políticas gays mais famosas do Congresso americano. Deputada do Estado de Wisconsin, ela se tornou a primeira a assumir o cargo sendo abertamente gay em 1999 e a primeira senadora em 2013.

 

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